Alguns fatores fazer de “Beautiful Boy” um filme para ser observado com muito carinho. Desde a direção do belga Felix Van Groeningen, de “Alabama Monroe”, aos protagonistas Steve Carell e Timothée Chalamet, bem como a sensível história real de David Sheff e Nic Sheff, pai e filho. O longa foi exibido no Festival de Toronto ontem e as primeiras impressões dizem de um drama familiar comovente, que pode trilhar o caminho para o Oscar, mas com uma proposta simples demais. “Beautiful Boy” é baseado nos best-sellers David e Nic Sheff, pai e filho, que narra a experiência devastadora e inspiradora de sobrevivência, recaída e recuperação de um garoto viciado em drogas e a luta do seu pai em lidar com a doença. “Nos livros, a história tem um caminho único e focado. No entanto, o roteiro traz uma série de truques para mostrar os desafios que David enfrenta em todos os seus relacionamentos. Principalmente mostrando cada etapa do relacionamento com o filho, desde a sua infância à problemática luta por sua sobrevivência”, comenta Eric Kohn, da Indiewire. O roteiro foi escrito por Van Groeningen e Luke Davies, indicado ao Oscar por “Lion: Uma Jornada para Casa”. A abordagem de Van Groeningen sobre a trama dividiu opiniões. Os dramas familiares é um gênero bem recebido em Hollywood, mas também ganha muita atenção para que não se utilize de extremos: ele não pode ser exagerado, como também não superficial. Para Matt Goldberg, da Collider, o cineasta vai bem na suas escolhas: “O crédito de Van Groeningen é que ele não faz de “Beautiful Boy” um desfile sem fim de tragédias. Ele não é um “Réquiem Para um Sonho”. Ele encontra uma série de emoções, não apenas no passado de David e Nic, quando o filho ainda não estava consumido pelo vício, mas no ciclo de dependência de Nic”. Contudo, para Todd McCarthy, do Variety, o longa tem alguns problemas que fazem com que não tenha uma nota A. “Beautiful Boy” tem um olhar prosaico, simples e direto sobre o vício em drogas, mesmo que seja uma vitrine para dois ótimos atores. No final, a história não parece tão convincente, parecendo gravemente tacanho em seus interesses”. Entre o exagero e a superficialidade, a crítica a ele está centrado no segundo ponto. “A montanha-russa emocional é apenas observada, nunca sentida”, segundo McCarthy. Mesmo com Amy Ryan e Maura Tierney completando o elenco, o filme é de Chalamet e Carell. Interessante é que o jovem ator foi escalado antes da explosão de sucessos que foram “Me Chame Pelo Seu Nome”, o qual foi indicado ao Oscar, e “Lady Bird”. “Chalamet é brilhante ao esboçar a degradação total de uma pessoa, mas também dá ao personagem tons sutis para um usuário de drogas. [...] Steve Carell interpreta um homem cujo modo padrão é a tranquilidade, mas que chega aos limites da razão várias vezes. A excelente performance dramática de Carell foi uma surpresa e sua jornada em “Beautiful Boy” é um tour de force maravilhosamente sensível e em grande parte silencioso”, elogia Steve Pond, do The Wrap. “Beautiful Boy” é um filme bom, sensível e com duas das melhores atuações da temporada. Entretanto, não trouxe o brilhantismo que se esperava, principalmente Felix Van Groeningen, que está preso em suas escolhas. Ele oferece uma história que leva a reflexão, mas não promove catarse em nenhum momento. A temporada irá seguir com os questionamentos sobre quais eram as reais intenções do cineasta. O longa segue entre os mais prováveis no Oscar 2019, para filme, roteiro e, principalmente, nas categorias de atuação. A Amazon Studios fez de “Manchester À Beira-Mar” vencedor de dois Oscar, “Beautiful Boy” segue o mesmo caminho. Juliana Leão - Equipe CETI
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