Ridley Scott faz 85 anos: Chegou a hora de a Academia dar um Oscar Honorário para o diretor?

Ontem o diretor Ridley Scott fez 85 anos, e a Variety escreveu um artigo especial, onde questionava os motivos dele ainda não ter levado um Oscar, e que existe uma chance enorme dele receber um prêmio honorário no próximo ano.

Ridley Scott é um dos inegáveis mestres da ficção científica de Hollywood, com um talento visual puro que permeia cada filme que dirige, além de um dos responsáveis por grandes símbolos mundiais da cultura pop. O diretor britânico traz sua visão para nossas telas de cinema há mais de 50 anos. Depois que o diretor australiano Peter Weir recebeu um Oscar honorário no início deste mês, Scott, comemorando seu 85º aniversário, têm grandes chances de ser o próximo na lista da Academia a receber uma estatueta no Governors Awards do ano que vem.

As participações de Scott com a Academia o levaram a quatro cerimônias como candidato. Na categoria de melhor diretor, ele recebeu menções por “Thelma & Louise” (1991), “Gladiador” (2000) e “Falcão Negro em Perigo” (2001), enquanto também teve uma indicação em melhor filme como produtor de “Perdido em Marte”. (2015). Ele nunca recebeu uma estátueta.

Mas não é só isso que o torna digno de ser homenageado. Os 31 filmes de Scott como diretor arrecadaram mais de US$ 1,7 bilhão no mercado interno, o que o coloca no top 20 dos diretores de maior bilheteria de todos os tempos. Em todo o mundo, seus filmes arrecadaram mais de US $ 4,3 bilhões, o que o coloca como o 11º maior ganhador.

Mesmo sendo conhecido por dividir crítica e público com filmes como (ainda não temos certeza se é realmente um prequel de “Alien”) “Prometheus” (2012) ou o estrelado por Lady Gaga “Casa Gucci" (2021), seus filmes sempre geraram conversas. E isso sem mencionar seus filmes mais queridos, que incluem o épico de ficção científica “Alien” (1979), ou o que ele há muito chama de seu filme mais pessoal, “Blade Runner” (1982).

Há também um punhado de joias subestimadas que não são comentadas em círculos de cinema suficientes, incluindo sua comédia de humor negro “Os Vigaristas” (2003), liderada por Nicolas Cage em uma de suas atuações mais incríveis na carreira.

Quando ele trabalha com alguns de seus “regulares”, como o vencedor do Oscar Russell Crowe (“Gladiador”), você não vê o ator australiano fazendo a mesma coisa a cada apresentação. Embora “Um Bom Ano” (2006) e “Robin Hood” (2010) não tenham atingido suas metas, seu jeito com os atores e orientando-os em suas motivações tem sido impressionante de se testemunhar em muitos de seus filmes. 

Quando olhamos para trás, para algumas das atuações mais memoráveis dos filmes de Scott, é impossível não falarmos de Thelma Dickinson, de espírito livre, mas obstinado, de Geena Davis, no indicado ao Oscar “Thelma e Louise”. Surpreendentemente, não muito atrás, está a reviravolta de Ben Affleck como em “O Último Duelo” (2021), uma atuação que mostra o quão revigorante o ator pode ser quando colocado nas mãos certas.

Alguns autores, como David Fincher, são consistentes com sua estética, independentemente do gênero ou história, enquanto alguém como Terrence Malick explora variações de temas consistentes em torno da moralidade e da religião. Scott, por sua vez, fala minuto a minuto sobre o artesanato em exibição, lançando uma ampla rede de assuntos e estilos ao longo de sua longa carreira.

E Scott não deu nenhuma indicação de que está encerrando seu tempo no cinema. No próximo ano, ele estará à frente de “Napoleon” (originalmente intitulado “Kitbag”) da Apple Original Films, com o vencedor do Oscar Joaquin Phoenix. O filme é um olhar pessoal sobre as origens de Napoleão Bonaparte e sua escalada implacável para se tornar imperador.

Claro que pode acabar acontecendo como foi com Spike Lee, que pouco depois de receber um Oscar Honorário, venceu um prêmio de Melhor Roteiro Adaptado por "Infiltrado na Klan". O que também não é nenhum problema na verdade, visto que assim como Spike, Ridley Scott com certeza também merece ter duas estatuetas.

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AUTOR DO POST

Danilo Teixeira

Editor do Termômetro Oscar | CETI