Cinemas fechados e filmagens paradas. A incerteza parece ser uma definição precisa para o atual cenário de pandemia devido ao Covid-19. No que diz respeito ao cinema, não poderia ser diferente. Com isso, as expectativas para o Oscar 2021 aumentam, mas dessa vez de forma mais apreensiva do que nunca: a necessidade de prolongar o período de estréia de filmes com lançamento programado e adiar a finalização daqueles ainda em filmagem pode ser um divisor de águas no destino da premiação. Com data já marcada para 28 de fevereiro, e alguns nomes favoritos para as indicações, que vão de Christopher Nolan a Spielberg, a preocupação em encontrar telas num cenário posterior, onde blockbusters estarão aglomerados nas salas, também afeta o Oscar 2021. “Soul”, filme da Pixar que retrata almas, e que já estava com lançamento marcado para 19 de julho, provavelmente adiará sua estréia, assim como o remake live action de “Mulan” e “Viúva Negra” da Marvel. Por falar em Disney, uma das apostas do estúdio para arrecadar bilheteria nesse ano, "Artemis Fowl", já foi anunciado como estreia do serviço de streaming Disney +. Enquanto isso, o lançamento de “Tenet”, de Christopher Nolan, parece se manter para 18 de julho, conforme previsto anteriormente. “The Last Duel”, de Ridley Scott, também manteve a esperança e deixou como data limite o lançamento em 25 de dezembro, mesmo tendo as gravações interrompidas na metade. Já o "Duna", de Denis Villeneuve, já foi gravado e está em fase de pós-produção, então mantém sua data para estrear no fim de dezembro, na época mais forte da temporada. Assim como é o caso do musical de Steven Spielberg, “Amor, Sublime Amor”, que já tem data programada para 18 de dezembro. Seria esse otimismo fruto também da esperança pela indicação ao Oscar? A Netflix parece estar um pouco melhor preparada. As suas principais apostas para a temporada, "Hillbilly Elegy", de Ron Howard, com Amy Adams e Glenn Close; e "Mank", de David Fincher, com Gary Oldman, são apostas certeiras para o Oscar 2021 e, como único empecilho, por enquanto, é a regra de estrear em cinemas para ser elegível. O suspense de Scott Rudin, estrelado por Amy Adams e já adiado anteriormente, “A Mulher na Janela”, permanece sem data de estreia. “The French Dispatch”, de Wes Anderson, tinha previsão de estreia em Cannes e um posterior lançamento em julho, mas acabou ficando para outubro. Será que aguardando algum outro festival? Vale lembrar que os festivais desempenham um papel enorme e vital no estabelecimento e na divulgação de candidatos à temporada de premiação. Como os filmes estrangeiros se tornarão candidatos viáveis a prêmios sem eles? Quando os filmes serão exibidos em seus países e criarão algum tipo de força para as premiações? A dificuldade da execução de eventos com público, o fechamento das salas de cinema, e todos os fatores que mudaram nossas vidas nos últimos dias, estão diretamente relacionadas ao destino das produções de cinema para os próximos meses. Qual poderia ser o papel do streaming nesse caso, e como as premiações e cineastas poderiam se aproveitar dessa praticidade? O Conselho de Governadores da Academia se reunirá virtualmente em 14 de abril para avaliar uma longa lista de questões que devem ser discutidas, decidindo os rumos nestes tempos extraordinários. Embora todas as esperanças mereçam ser mantidas, a Academia também sabe que deve agir nesse momento, por isso, tudo pode mudar ao longo dos próximos meses, não só as datas de lançamento e filmagens dos longas. Aline Anzolin - equipe CETI!
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