Amanhã, em uma reunião online, os Governadores da Academia irão se reunir para decidir qual rumo terá o Oscar 2021. O que quer dizer que provavelmente teremos datas e novas regras que se adequem a essa temporada. Por enquanto, o Oscar 2021 está marcado para o dia 21 de fevereiro. A imprensa estrangeira espera que essa data seja mudada para março ou abril, o que afetaria todos os calendários, mas também seria um ótimo respiro para as produtoras e as outras premiações se planejarem melhor. Mesmo com o Globo de Ouro já confirmado para janeiro, essa data pode ser alterada ou mantida sem maiores problemas, já que provavelmente eles já devem ter seu próprio planejamento. Mas, com data nova ou não, revendo as regras de elegibilidade ou não, fica no ar a pergunta mais importante: qual a prioridade do Oscar em um ano aonde a indústria precisa se recuperar do impacto econômico ocasionado pela covid-19? A temporada de premiações é frequentemente criticada por sua superficialidade; neste momento, essa crítica é particularmente ressonante. Fazer campanha pelo Oscar é menos crucial do que voltar ao trabalho, reabrir escritórios, teatros e empresas de produção. Embora comemorar a conquista do setor seja essencial para o ecossistema econômico, esses prêmios só podem existir se houver um setor a ser comemorado. Os prêmios dos sindicatos, como o PGA, DGA e SAG, já anunciaram que entregarão prêmios na temporada, mas com regras alteradas e simplificadas, pois a prioridade é apoiar os membros desempregados e descobrir como manter o cenário seguro para que voltem a trabalhar. Será preciso pensar nos gastos. Fazer campanha para essa temporada não é uma opção. Aliás, estrear em cinemas esse ano também é uma opção arriscada. "Tenet" promete ser a primeira grande estreia nas telonas, e provavelmente vai servir como teste para toda a indústria. Principalmente se lembrarmos que a Academia anunciou que para essa temporada serão aceitos filmes que tenham estreado apenas em plataformas online. A Netflix não se comprometeu a enviar seus filmes para festivais, mesmo com "Mank", de David Fincher, já sendo uma das grandes apostas para as premiações. O longa já ter esse burburinho de Oscar pode se tornar a grande campanha da temporada. Em janeiro, em Sundance, estreou "Promising Young Woman", com Carey Mulligan sendo apontada com chances de Melhor Atriz. Por não sabermos o desdobramento da temporada essas chances aumentaram bastante! E o longa não deve estrear nos cinemas. Aliás, a Academia deve insistir no Oscar 2021. Essa temporada de premiações pode ser a impulsão que cineastas e filmes menores tanto precisavam. Principalmente porque não veremos campanhas milionárias vindo das produtoras maiores. Os filmes de baixo orçamento poderão falar mais alto. Por fim, como foi dito pela IndieWire: O Oscar deveria ajudar aqueles que precisam. Por que não fazer um grande evento que arrecade dinheiro para aqueles do setor que estão mais sofrendo com a pandemia? Uma coisa é certa. Se houver a cerimônia da forma como estamos acostumados, deveria ser ao menos mais respeitosa, com roupas formais, sem usar os vestidos ou jóias de milhares de dólares. As pessoas estão sofrendo e precisam de ajuda. A situação merece respeito. Danilo Teixeira - equipe CETI!
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