O encanto de Veneza por "Nasce Uma Estrela" e pelo excelente trabalho de Bradley Cooper e Lady Gaga!

Quando foi anunciado que Bradley Cooper estava preparando um novo “Nasce Uma Estrela”, a pergunta que todos se fizeram foi “Há necessidade de contar esta história de novo?”. Ontem, em Veneza, ele provou que sim, e da melhor maneira possível. O entusiasmo que vem das críticas é realmente surpreendente, afinal é a primeira produção de Cooper como diretor e a estreia de Lady Gaga como protagonista no cinema. O resultado que se vê são seguidas cinco estrelas e notas A, além de ao fim da exibição receber oito minutos de aplausos ininterruptos.
 
A primeira versão, ainda nos anos 30 e com Janet Gaynor, contava sobre a ascensão de uma estrela de cinema. Depois foi a vez de Judy Garland protagonizar a versão em que não apenas o cinema, mas a música também estava envolvida. Então Barbra Streisand assumiu na década de 70 e transformou a trama, para falar do surgimento de uma nova estrela da música. E é seguindo mais ou menos esta última versão que Cooper e Gaga trouxeram este ano. Um músico que ajuda uma jovem cantora a encontrar a fama, mesmo com a idade e o alcoolismo colocando sua própria carreira em uma espiral descendente.
 
Na avaliação das estreias, primeiro Cooper, que pegou uma trama, que poderia ser considerada batida e melodramática, e transformou em algo muito sincero e indelevelmente revelador. “Bradley Cooper entra direto, como um fio de alta tensão. Ele dirige cenas com propriedade, que se desenrolam com uma intimidade desgrenhada, totalmente desprovida das habituais “clichês”. Fez do novo “Nasce Uma Estrela” um nocaute emocional, mas também um filme que faz você acreditar a cada momento, no complicado enredo da história que está contando”, elogia Owen Gleiberman, do Variety.
 
Agora falando do Cooper ator, ele entrega um personagem fascinante, repleto de dor. Para uma estrela ter a sua vez de subir, outra começa a se apagar, como é com Jackson. Algumas reviews destacaram essa gangorra, que é traçada com muito sentimento, como Peter Bradshaw, do The Guardian: “Uma nova geração suplanta a existente. Para uma estrela receber um prêmio, um punhado de nomeados derrotados tem que engolir a dor, enquanto os holofotes se afastam deles. Para haver o choque do novo, outro tem que receber o choque do velho. “Nasce Uma Estrela” transforma essa transação em uma história de amor”. Destaque ainda para Sam Elliot, como o empresário de Jackson, uma espécie de pai.

“Se você está procurando por comparações com Janet Gaynor, Judy Garland ou Barbara Streisand, ela é mais como Liza Minnelli, que canalizou um pouco da fragilidade de sua mãe - Garland - e a temperou com a delicadeza. Gaga é carismática sem a habitual maquiagem, perucas estranhas e figurinos inventivos. É um prazer olhar para o rosto dela e ver Stefani, ver Ally, sem adornos e com muita competência. É quase como descobrir um novo país.”, declara Stephanie Zacharek, da revista Time. A brilhante carreira de Lady Gaga como cantora quase que apagou a Stefani Germanotta – seu nome verdadeiro – da mente do público. Ela começou a resgatar isso com o álbum Joanne e agora mostrou o tamanho que ela pode chegar e ser, imensos.
 
A exibição no Festival de Veneza apresentou não só mais uma versão de “Nasce Uma Estrela”, mas talvez a melhor delas. Uma história transcendente que o cinema sempre contará para mostrar a beleza das conquistas, a crueldade da vida, que sonhos se realizam e que tudo tem o seu fim. Cooper e Gaga - que já tem Globo de Ouro pela série "American Horror History" -  tem um caminho aberto e direto para o Oscar.

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Juliana Leão - Equipe CETI!