A Academia não pode dizer que Jessica Chastain é uma daquelas atrizes que pega o Oscar e desaparece por um tempo. Na verdade, com a vitória por "Os Olhos de Tammy Faye", sua carreira parece ter alcançado um outro nível, e ela teve suas primeiras indicações ao Emmy e ao Tony Awards.
Então, não é atoa que "Memory" chega em Veneza para fechar a competição com boas expectativas. Será que é o momento de uma nova indicação da atriz? Ou pelo menos um novo ótimo papel? O filme é dirigido por Michel Franco, e ainda conta com Peter Sarsgaard no elenco. Jessica faz o papel de Sylvia, uma assistente social que leva uma vida simples e estruturada. Isso fica claro quando Saul a persegue até em casa depois da reunião do ensino médio. Esse encontro afetará profundamente os dois ao abrirem a porta para o passado. Para quem conhece o cinema de Michel Franco, sabe que o diretor é cruel com seus personagens e entrega narrativas dramáticas extremamente densas. E aqui não é diferente. Então, mesmo sendo um ótimo drama, vale lembrar que os filmes de Franco nunca chegaram até o Oscar. Mas, por outro lado, o diretor também nunca teve um nome popularmente tão forte quanto Jessica Chastain como protagonista! A atriz foi muito elogiada e mesmo se não chegar ao Oscar, os votantes da Academia podem ficar tranquilos: dar uma estátueta para a atriz com certeza foi um grande acerto! Jessica Chastain e Peter Sarsgaard são fascinantes enquanto pessoas quebradas se atrapalham em busca de conexão no drama comovente de Michel Franco! “Memory”, de Michel Franco, segue a tradição dos filmes sobre pessoas quebradas se unindo, com todo o sofrimento e melodrama necessários. Chastain fez questão em sua carreira de interpretar apenas mulheres com força interior. O de Sylvia não é imediato, mas está lá. Ver seu exterior endurecido ser ligeiramente desfeito por dentro é tão comovente quanto observar o próprio Franco fazer exatamente isso enquanto ele abre seu coração para cuidar dos personagens que criou. É provável que o filme encontre espaço de nicho com base na força de suas performances, mas os distribuidores provavelmente deveriam considerar alertas de gatilho para certos temas narrativos que são preocupantes por qualquer padrão. Mesmo para os admiradores de Franco, que sabem quão impiedosas podem ser as suas narrativas, Memory ainda pode soar pesado. Entre as vertentes do abuso sexual, do declínio cognitivo, do trauma familiar e da negligência médica que se entrelaçam e enredam em “Memory”, de Michel Franco, o cineasta mexicano encadeou a sua provocação mais chocante até à data: o vislumbre de esperança. Jessica Chastain está fenomenalmente assombrosa! ![]()
AUTOR DO POST
Danilo Teixeira
Editor do Termômetro Oscar | CETI
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