Edgar Wright é considerado por muitos um dos diretores mais originais da atualidade. Seja com a trilogia do Corneto, seja com a adaptação de "Scott Pilgrim", seja com "Baby Driver" que levou 3 indicações ao Oscar, o diretor sempre tem algo novo para trazer para as telonas.
Não é a atoa que as expectativas para "Noite em Passada em Soho" sejam tão altas: o diretor está entrando no gênero de terror. Com um elenco liderado por Thomasin McKenzie, Anya Taylor-Joy e Matt Smith, o filme fala sobre uma jovem apaixonada por design de moda que consegue, misteriosamente, voltar à década de 1960. Lá, ela encontra Sandy, uma deslumbrante aspirante a cantora por quem Eloise é fascinada. O que ela não contava é que a Londres dos anos 1960 pode não ser o que parece, e o tempo passa cada vez mais a desmoronar, levando a consequências sombrias. Edgar surpreende mais uma vez. O longa é diferente de tudo o que ele fez até então e extremamente divertido. Anya e Thomasin mostram que são duas das grandes atrizes da nova geração! Talvez não seja um filme para as categorias principais do Oscar, em parte principalmente pela temática, mas não deixa de ser mais um ótimo trabalho do diretor, e que deve continuar aumentando cada vez mais os fãs de seus filmes. Estrelado por Thomasin McKenzie e Anya Taylor-Joy, tem muito dos outros trabalhos de Wright, mas parece totalmente novo. Que filme excelente! O diretor deixou para trás sua edição hiperativa de marca registrada e pós-modernismo insistente; em seu lugar está o movimento fluido e a emoção intensa. Não é apenas diferente de seus filmes anteriores; é diferente dos filmes anteriores de todo mundo. MacKenzie também é excelente. Ela já deixou sua marca com “Leave No Trace” e “Jojo Rabbit”, mas aqui ela é tão deliciosa e versátil que não parece haver nada que ela não possa fazer. Embora estivesse preocupado que Wright pudesse perder o controle de uma excelente premissa, este é de longe o melhor filme do diretor desde sua estreia em "Todo Mundo Quase Morto". Wright fez amorosamente "Last Night in Soho" para si mesmo e, bem, não está claro quem mais. Caracterizações juvenis e tramas quase surpreendentes, com alguns surtos horríveis de sexo e sangue. Há uma ressaca feminista em seu estudo de mulheres jovens manipuladas e enganadas pela masculinidade tóxica, mas as próprias personagens femininas são confusas. Em certo ponto, até mesmo as pistas musicais da época se mostraram pouco inspiradas, embora seja um prazer consistente de ouvir. O que ele tem é McKenzie, que nunca deixa um personagem médio frustrar seus melhores esforços. Uma brincadeira espalhafatosa que é estupidamente divertida. O filme de viagem no tempo de Edgar Wright é tocado como uma canção pop dos anos 60 se preparando para um grande clímax. Este é o filme mais feminino de Wright até o momento, e o mais forte por isso! Anya Taylor-Joy é magnífica! Ela exala carisma e qualidade de estrela. Sua performance de “Downtown” é arrepiante. Wright captura tanto a alegria da época quanto seu lado mais sombrio e sórdido: a misoginia e a violência sexual. ![]()
AUTOR DO POST
Danilo Teixeira
Editor do Termômetro Oscar | CETI
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