A 73ª edição do Festival de Veneza acaba de começar, e em estilo de clássico. O primeiro filme da competição a ser exibido foi “La La Land”, o novo musical do diretor Damien Chazelle ("Whiplash") estrelado por Emma Stone e Ryan Gosling. O longa já chegou elevando as expectativas dos críticos e encantando-os com uma Los Angeles doce e inocente. “La La Land” conta a história dos jovens Sebastian e Mia. Ele é um aficionado por jazz e procura uma chance de surgir na cena musical americana. Ela, uma garota em busca do seu grande papel como atriz. Apesar dos desencontros, o romance dos dois logo desponta e é contado com muita música. Ao que parece na sinopse, “La La Land” tinha tudo para ser mais uma comédia-romântica musical, bem água com açúcar. No entanto, dois grandes nomes das últimas edições do Oscar se encontraram e transformaram esta trama em uma promessa digna de ser comparada a outras icônicas produções, como “Todos Dizem Eu Te Amo” do diretor Woody Allen, “Fame” de Allan Parker e “Cantando na Chuva” de Stanley Donen. “A sensibilidade do diretor está para um clássico, mas, para todos os efeitos, descartar esse gênero é instintivo e intenso; ele realmente sabe como encenar e filmar dança e movimento lírico, a transição suave do convencional para cenas musicais, para transformar ambientes naturais em cenários de fantasia sedutora e inspirar vida nova em que muitos considerariam clichês”, escrevem os críticos do The Hollywood Reporter. Para dar cor ao seu novo musical e criar cenas cheias de nuances e emoções, o diretor Damien Chazelle chamou Linus Sandgren ("Trapaça") para ser seu Diretor de Fotografia. Assim, “La La Land”, mesmo ambientado na L.A atual, carrega consigo um visual retrô e tem um ambiente perfeito para dois personagens sonhadores apaixonados. “La La Land quer lembrar-nos de como podem ser bonitos os sonhos esquecidos dos velhos tempos - estes feitos de nada mais do que rostos, música, romance e movimento. Ele tem seu foco nas estrelas, e em pouco mais de duas maravilhosas horas ele também te leva lá”, complementa a análise do Telegraph. Além da fotografia marcante, a química dos atores é outro ponto que ganhou destaque na imprensa internacional. Ryan Gosling e Emma Stone já trabalharam juntos em “Caça aos Gangsteres” e “Amor a Toda Prova”, mas dessa vez se superaram e construíram um amor convincente para o público de “La La Land”. “Mesmo quando a orquestra não é evidente, há muito para desfrutar aqui. A química poderosa de Gosling e Stone é tão palpável como foi em "Amor a Toda Prova" - eles eram o único ponto de venda desse filme - e cada um deles transmite o amor de seu personagem pelas artes e a vontade de sucesso”, destaca o The Wrap. No início, e mesmo nos trailers, as vozes de Gosling e Stone podem soar estranhas, porém com o desenrolar do filme elas se provam naturais. “Stone se encaixa lindamente no papel: algo na hesitação e até mesmo a fragilidade de sua voz cantando é apenas certo. Ambos os atores também são dançarinos muito realizados dentro de uma sagacidade limitada”, nota o The Guardian. Ambos os atores não são cantores, nem dançarinos ou músicos, mas a dedicação para com estes papeis foi tanta que o resultado não poderia ser outro senão o sucesso de toda a equipe a frente e atrás das câmeras. “É o musical mais audacioso das grandes telas em um longo tempo, e - ironia das ironias - isso é porque ele é o mais tradicional”, critica a Variety. Com isso e mais as 5 estrelas dadas pela imprensa no Festival de Veneza, “La La Land” surge como uma aposta às indicações ao Oscar 2017. Damien Chazelle parece ter repetido o sucesso de seu filme anterior e não será nenhuma surpresa se conquistar diversas indicações técnicas outra vez! Por fim, é muito legal ver um diretor tão original se despontando em Hollywood! Outra temporada de sucesso nas premiações seria mais do que merecido. Giovanna Pini - equipe CETI!
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