Festival de Veneza 2015 - Nem Jake Gyllenhaal consegue salvar "Evereste" das críticas divididas!2/9/2015 As águas de Veneza estão mais movimentadas neste momento, pois o 72º Festival de Cinema de Veneza começou! Grandes produções da temporada serão exibidas ao longo de 10 dias na mítica cidade italiana, filmes que prometem disputar críticas e indicações para as grandes premiações que virão a seguir. A corrida pelo Oscar passa a ficar franca. A notar pela quantidade de títulos que já são especulados teremos um festival para ficar de olhos bem abertos. De Veneza e daqui a uns dias, de Toronto, veremos quais filmes realmente estão na briga e quais se distanciam de qualquer indicação ao Oscar 2016. De Veneza pode sair o próximo ganhador do Oscar! Afinal, "Birdman" foi o filme de abertura do festival do ano passado e o grande vencedor das premiações seguintes. Então, pode anotar para observar filmes como "A Garota Dinamarquesa", "Evereste", "Beasts Of No Nation" (primeiro filme da Netflix), "A Bigger Splash", "Aliança do Crime" e "Spotlight". A crise migratória na Europa ganhou ainda grande destaque na abertura do festival. O próprio Alfonso Cuarón, presidente do júri deste ano. foi o responsável por trazer o assunto ao tapete vermelho. Em seu discurso disse: "Sou um mexicano que vive na Europa e sempre se sentiu bem-vindo. Gostaria que o mesmo acolhimento fosse reservado no futuro a todos os imigrantes", declarou o cineasta. Que foi aplaudido e acolhido pelo presidente da Itália, que participou da cerimônia. "Foi um chamado verdadeiramente admirável e feito de maneira persuasiva", disse Sergio Mattarella. Pois bem, preparem-se, o Festival de Veneza está só começando! "Evereste"Contra o frio do pico mais alto do mundo, a recepção e as críticas mais calorosas. Pelo menos este era o desejo de Baltasar Kormákur ao lançar "Evereste", longa protagonizado por Jake Gyllenhaal. Escolhido para ser o filme de estreia desta edição do festival, porém fora da competição, a produção foi cercada de grande expectativa, afinal "Birdman" foi o filme de abertura no ano passado e no fim o grande vencedor do Oscar. Havia grande responsabilidade. "Evereste" ainda traz um elenco digno de atenção, além de Jake estão Josh Brolin, Robin Wright, Sam Worthington, Emily Watson, John Hawkes e Keira Knightley. O longa é baseado em fatos reais, ocorridos na montanha mais alta do mundo em 1996. Na ocasião, oito pessoas morreram na tentativa de escalar o Monte Everest, após uma mudança inesperada do tempo. O grande diferencial é sem dúvidas a gravação em 3D IMAX. As histórias de aventuras e tragédias que ouvimos das práticas de esportes radicais causam sempre muita comoção mediante, principalmente, a imaginação. Ter projetada na tela e com tamanha realidade, propiciada pelo 3D, funcionou muito bem para "Evereste". Esta experiência foi classificada pela Indiewire como "angustiante, por trazer a luz todos os medos". Outra qualidade destacada pela imprensa internacional foi a qualidade do texto, apontado como "enervante e sentimental". Na onda dos blockbusters inteligentes, "Evereste" não traz as mesmas surpresas de filmes como "Gravidade" ou "A Origem", ou tampouco mesmo a poesia visual que "Mad Max: Estrada da Fúria" traz, entretanto, o filme de Kormákur, marca uma fusão de arte com uma eficaz narrativa objetiva. O que não dá certo no filme é justamente o elenco, não por atuações ruins, mas por sua subutilização. Tendo 8 alpinistas protagonistas, o tempo de tela de cada um é muito reduzido. Assim, temos um Jake em grande destaque e atores de grande talento reconhecido, como pequenos coadjuvantes. Entretanto, quando eles estão na tela são capazes de encontrar oportunidades para captar a atenção do espectador para as suas histórias. Jake Gyllenhaal, por exemplo, não agradou aos críticos. Como destacado pelo periódico O Público, de Portugal: “A estrela Gyllenhaal desaparece sem se dar conta, mas é verdade que quando apareceu não se percebeu o que estava fazendo”. Pois é, tudo indica que não será por "Evereste" a sua indicação ao Oscar. Há ainda duas questões técnicas a serem destacadas: a fotografia e o som. Mesclando imagens panorâmicas da branca montanha envolvida por neve e close-ups, a fotografia se demostra eficiente, primeiro por apresentar o angustiante desafio a ser cumprido e depois por mostrar a reação ante esse desafio no rosto da personagem. Já o design de som e mixagem foi destacado com grande elogio. O uivo do vento sempre presente e o arrastar das botas na neve são mantidos em equilíbrio certo com as vozes das personagens. Kormákur utiliza todos estes métodos para aprofundar ainda mais a atmosfera de terror. Acompanhe mais alguns comentários sobre o filme: Indiewire - "...Oscilando entre o cenário amplo ao ar livre e closeups expressivos, Evereste mantém uma representação cinematográfica com os olhos abertos, cheios de pavor". Variety - "Com exceção de uma sequência envolvendo uma alucinação causada pelas condições físicas agravadas pelo sol, Evereste é surpreendentemente sentimental; sob tais circunstâncias cruéis, as habituais atitudes sobre perseverança e amor simplesmente deixam de se aplicar". Screen International - "Enquanto é impossível não ficar um pouco apanhado na luta de vida ou morte desses alpinistas, "Evereste" é estranhamente não-envolvente - que retrata um cenário horrível em uma maneira decepcionante, distanciada". Time Out - "Seus roteiristas... tem ´Gladiador´ e ´127 horas´ em seus currículos, e Evereste combina a força muscular, por vezes sentimental do antigo com o sentido de resistência física que fez o último tão bem sucedido". A receptividade para "Evereste" foi boa, mas poderia ser ainda mais para um filme que almeja prêmios. A crítica mista, que elogia a qualidade técnica e o roteiro envolvente, aponta o desequilíbrio como seu principal vilão, acabando em um lugar comum dos filmes-catástrofes baseados em fatos reais, o docudrama. A surpresa pelo sentimentalismo em tela, num determinado momento cansa, ajudado por um protagonista pouco expressivo. Depois dessa recepção, "Evereste" deve chamar a atenção principalmente para prêmios técnicos no Oscar 2016. Juliana Leão - Equipe CETI!
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