Festival de Toronto 2019: "O Pintassilgo" é um filme morno, mas com atuações excelentes!

Amado pelos fãs de literatura, a adaptação cinematográfica do livro "O Pintassilgo", de  Donna Tartt, era um dos mais esperados do ano, desde cedo cotado ao Oscar e premiações. Contudo, a passagem pelo Festival de Toronto liga um sinal amarelo para pretensões da produção para a temporada. Com críticas mistas, os elogios se concentram principalmente na sua capacidade de se manter fiel a obra literária, porém o que é visto na tela tem um funcionamento muito morno, perdendo muito de sua essência. 

Para quem não conhece a história, considerada um clássico moderno para os norte-americanos, "O Pintassilgo" conta sobre um garoto em Nova York que é acolhido por uma rica família do Upper East Side depois que sua mãe é morta em um atentado no Metropolitan Museum of Art. Na visão de Chris Tilly, do IGN,​"embora seja filmado de forma impressionante e tenha suas grandes estrelas com ótimos desempenhos, eles não conseguem representar a rica engenhosidade dos personagens do livro, resultando em uma apresentação que nunca é um total, completa". 

Owen Gleiberman, do Variety, traz uma ideia dos motivos que levaram a esta quebra de expectativas. Ele diz que "o  romance de Tartt, contado na primeira pessoa, era uma tapeçaria apaixonada e cheia de suspense [..]. O filme segue fiel a tudo isso, mas as cenas não são mais conectadas uma à outra por uma voz. Em vez disso, assistimos a um drama tematicamente organizado, mas desarticulado, que às vezes parece três filmes separados juntos." A retirada do fio condutor da narrativa causa estranheza para aqueles que são familiarizados com a trama. As decisões do diretor John Crowley, do indicado a Melhor Filme "Brooklyn", aqui fizeram toda a diferença ao criar a ligação com o espectador. 

Agora, o destaque é todo dos atores, que estão excelentes em suas apresentações. "Elgort é particularmente eficaz, diminuindo seu brilho a um brilho noturno, quase assombrado e consumido pela memória. Nicole Kidman interpreta a sra. Barbour com um afeto elegante que faz você ver o porquê do garoto querer morar com aquela família. Luke Wilson, como o pai abandonado, e Sarah Paulson, como sua amante, encarnam um jogo de apodrecida agitação. Jeffrey Wright, mais do que qualquer outro ator do filme, investe no amor pelos objetos artísticos através de uma nota comovente", aponta Richard Lawson, da Vanity Fair.  

No fim, "O Pintassilgo" é uma "espécie de picaresco envidraçado, em que a coisa mais íntima que ele tem para um grande conflito é a culpa que Theo sente pelo fato de que a morte de sua mãe deve ter sido de alguma forma culpa dele", ainda afirma Gleiberman. Parece que faltou alma no filme, aquele estalo que existe no livro e o fez ser tão importante e cultuado. Os atores permanecem na corrida pelo Oscar, mesmo que com a produção no geral um pouco distante. 

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Juliana Leão - Equipe CETI!

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