Festival de Toronto 2019: "Jojo Rabbit" é engraçado, mas não tão audacioso quanto o esperado!

Na semana passada falamos sobre a possibilidade de Scarlett Johansson chegar na temporada concorrendo como Atriz e Atriz Coadjuvante. O longa "Marriage Story" já mostrou sua força para o Oscar 2020, agora é a hora de sabermos como vai ser com "Jojo Rabbit".

Taika Waititi dirige um dos filmes mais curiosos da temporada. O longa se passa na Alemanha durante a segunda guerra. Jojo (Roman Griffin Davis) é um jovem nazista de 10 anos, que trata Adolf Hitler (Taika Waititi) como um amigo próximo, em sua imaginação. Seu maior sonho é participar da Juventude Hitlerista, um grupo pró-nazista composto por outras pessoas que concordam com os seus ideais. Um dia, Jojo descobre que sua mãe (Scarlett Johansson) está escondendo uma judia (Thomasin McKenzie) no sótão de casa. Depois de várias tentativas frustradas para expulsá-la, o jovem rebelde começa a desenvolver empatia pela nova hóspede.

O longa com humor peculiar é uma das apostas para o Oscar, principalmente depois do sucesso que foi o filme anterior do diretor, "Thor: Ragnarok". 

Mas as impressões foram medianas, pelo menos de acordo com o THR, o longa se perdeu em sua própria execução ao não arriscar demais: "é como um filme de Wes Anderson ambientado no Terceiro Reich (...) a intenção da comédia em "Jojo Rabbit" não é nos fazer rir. É para que o público se lisonjeie por gostar de um filme que finge ser audacioso quando na verdade é bem arrumado e seguro. A comédia é o anzol, a isca, a dica para nos desapegarmos do que estamos assistindo e nos sentirmos bem com isso (em vez de simplesmente desengajados). Faz parte do pacote "Jojo Rabbit" - um filme que está tentando entrar no centro da temporada de prêmios (e talvez seja). É o modelo deste ano de exibição nazista de isca para Oscar: "A Vida é Bela", feita com atitude. E, no entanto, não é como se fosse um filme terrível. Na verdade, é um filme estudiosamente convencional, vestido com o "atrevimento" auto-parabenizante de sua aparência! - vamos brincar com o cachê nazista".

O The Guardian deu apenas duas estrelas em cinco: "embora existam momentos inicialmente divertidos, dada a presunção bizarra, Waititi realmente não sabe o que fazer com seu imaginário Hitler após um ciclo cada vez mais repetitivo de atos de idiotice cada vez mais engraçados. Ele é essencialmente um personagem de desenho único e, embora Waititi o interprete bem, precisamos muito dele".

A IndieWire também falou que "Jojo Rabbit" se aproxima de um filme de Wes Anderson, mas também diz que o filme se perde ao não se arriscar demais, ficando na comédia mais simples, com um humor leve e divertido de assistir. Provavelmente toda a crítica esperava por um filme mais ácido.

Além de Taika como Hitler, mas nenhuma outra atuação pareceu tão memorável, ou com tanto destaque, ou seja, todo o foco de Johansson na temporada deve ser com o filme da Netflix. O longa pode fazer sucesso como comédia no Globo de Ouro, o que daria um ótimo empurrão para o Oscar. Mas, exatamente como era esperado, ainda não sabemos como a Academia vai considerar um filme de humor negro sobre o nazismo, principalmente tendo Hitler como personagem. 

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Danilo Teixeira - equipe CETI!