Festival de Cannes 2019: Os 7 candidatos que subiram e os 7 que desceram na corrida do Oscar 2020!

O Festival de Cannes terminou, mas o termômetro Oscar 2020 está apontando suas primeiras mudanças! Por isso, separamos algumas principais coisas que aprendemos em Cannes e montamos esse primeiro "sobe e desce", para vermos, por enquanto, o que parece mais próximo e o que parece mais distante do Oscar. O que não quer dizer às vezes que o filme seja ruim, apenas que agora está mais distante do Oscar por algum motivo que iremos explicar. 

Aliás, como é interessante olharmos como essas previsões funcionam, no ano passado fizemos um post com esse termômetro também e você pode ver se clicar aqui no link. 

Só lembrando que Cannes é apenas o começo de muita coisa que ainda vai acontecer e mudar, da mesma forma que, alguns dos longas abaixo, já podem estar traçando seu caminho até o Oscar 2020.

SOBE

DESCE

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"ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD"
​- Quentin Tarantino

Tarantino pode até não ter vencido prêmios nesse festival (na verdade ele venceu  Dog Palm), mas 6 minutos de aplausos não é pra qualquer um! Considerado como um dos melhores do diretor, o filme é um aposta garantida na temporada de premiações. As chances para ser indicado em Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original são enormes. Existem apostas ainda de que o longa pode ter uma dupla indicação em Melhor Ator com Leonardo DiCaprio e Brad Pitt.

"THE DEAD DON'T DIE"
- Jim Jarmusch

Assim como Tarantino, Jarmusch chegou em Cannes com um elenco grandioso e diversificado que contava com nomes como Bill Murray, Adam Driver e Selena Gomez. Mas nem mesmo o diretor resistiu a maldição do filme de abertura, que paira sobre Cannes já faz pelo menos umas 7 edições. As críticas não foram péssimas, mas ficou no ar a sensação de que o filme não tinha nada demais para estar na abertura do festival. 

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"BACURAU"
- Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles

Brasil saiu de Cannes com o Prêmio do Júri. Mesmo que não signifique diretamente indicação ao Oscar, vou falar quais foram os últimos 4 filmes a levarem esse prêmio pra casa: "Cafarnaum" (indicado a Melhor Filme Estrangeiro), "Sem Amor" (indicado a Melhor Filme Estrangeiro), "American Honey" (indicado ao BAFTA de Melhor Filme Britânico) e "O Lagosta" (indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original). As chances brasileiras de uma indicação chegar são boas. Mas "Bacurau" é um filme político, e com "Aquarius" nós aprendemos que o melhor filme nem sempre é o escolhido para representar o Brasil. 

"MEKTOUB, MY LOVE: INTERMEZZO"
- Abdellatif Kechiche

Quando estreou alguns anos atrás, o diretor foi a sensação de Cannes com "Azul é a Cor Mais Quente", que venceu a Palma de Ouro e abocanhou diversos prêmios durante toda a temporada. Mas o longa não envelheceu tão bem, pois as acusações de abusos por parte do diretor só aumentam e a visão machista sobre um romance lésbico não soa mais tão interessante quanto soava antes. E o novo filme de Kechiche teve as piores críticas de Cannes 2019, com parte da plateia abandonando o filme na metade (um filme de 3h20). 

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"DIEGO MARADONA"
- Asif Kapadia

Estreando fora de competição, "Diego Maradona" é o terceiro documentário que Kapadia faz sobre alguma celebridade. Os anteriores foram "Senna", que de um Bafta para o diretor, e "Amy", que venceu um Oscar. Esse terceiro trabalho recebeu ótimas críticas que enalteceram o trabalho investigativo do diretor, além do estudo sobre fama e a capacidade do ser humano de ir além. A corrida ao Oscar de Melhor Documentário já começou!

"OH MERCY!"
- Arnaud Desplechin

O filme anterior de Desplechin foi a abertura de Cannes uns anos atrás (fez uma abertura também mediana) e agora o diretor chegava com um dos longas mais esperados da casa. O filme francês é baseado nos programas policias de reality show, aonde a câmera acompanha os carros e as ocorrências pelos bairros da cidade. A proposta de mostrar uma França desconhecida pelo grande público é boa, mas ficou só por ai mesmo.

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"ROCKETMAN"
- Dexter Fletcher

"Bohemian Rhapsody" acabou se tornando um fenômeno que venceu 4 Oscar no começo desse ano. Agora, com o mesmo diretor que finalizou o filme do Queen, "Rocketman" estreou em Cannes para contar a história de Elton John. Estreando fora de competição e com um excelente Taron Egerton soltando a voz, o longa teve críticas boas e por enquanto o ator parece ter chances de brigar por uma vaga ao Oscar. Mas precisamos ver se vai conseguir se mantar assim até começar a temporada de premiações. 

"FRANKIE"
​- Ira Sachs

Isabelle Huppert é uma figurinha carimbada em Cannes, com diversas participações. Na memória recente do festival, ela estreou com "Elle", considerado um dos melhores trabalhos de sua carreira e que ainda a brindou com uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz. As expectativas com "Frankie" não eram poucas, mas o longa teve uma estreia fraca e um pouco esquecível. Infelizmente parece que não teremos outra temporada com Huppert nas premiações.

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"PARASITE"
- Bong Joon-Ho

"MATTHIAS & MAXIME"
- Xavier Dolan

Vencer a Palma de Ouro nunca foi garantia de indicação ao Oscar. Na verdade, os filmes que venceram e depois receberam indicações fazem uma lista meio pequena, e os filmes que venceram algum Oscar e a Palma de Ouro fazem uma lista menor ainda. Mas, Joon-Ho é um cineasta coreano em crescimento contínuo, que fez 2 filmes muito elogiados em Hollywood ("Okja" e "Expresso do Amanhã") e que deve ter muito apoio para que o filme cresça na temporada. 

Mesmo com alguns filmes medianos, Dolan já recebeu diversos prêmios dentro do festival. Tanto que ele é considerado um cineasta feito por Cannes. Quando seus filmes estreiam sempre fica a expectativa de algum prêmio ele deverá levar para casa. E, mesmo assim, Dolan nunca conseguiu ter seus filmes no Oscar. Pois bem, esse ano já começou diferente e mesmo com críticas positivas, "Matthias & Maxime" saiu da premiação sem nada, o que deve dificultar ainda mais a sua temporada. 

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"THE LIGHTHOUSE"
- Robert Eggers

"YOUNG AHMED"
- Luc e Jean-Pierre Dardenne

Essa é uma aposta que nós estamos fazendo. O longa estreou fora dos holofotes principais, na mostra Quinzena dos Diretores. Mas os elogios foram absolutos, tanto para Willem Dafoe quanto para Robert Pattinson, e para a direção apuradíssima de Eggers. O longa ainda foi escolhido pela Federação Internacional de Críticos como o Melhor Filme de Cannes 2019.

Praticamente todas as estreias dos irmãos Dardenne nesses mais de 20 anos que eles passam por Cannes foram premiadas. Não por acaso, saíram dessa edição com o prêmio de Melhor Diretor. Mas as críticas do filme foram amenas, o que não deve embalar o longa para indicações ao Oscar. Aliás, poucos trabalhos dos irmãos chegaram até a premiação da Academia. E esse não se destaca tanto ao ponto de poder ser o diferente. 

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"DOLOR Y GLORIA"
​- Pedro Almodóvar

Almodóvar em Cannes não é novidade. Mas a recepção desse filme foi realmente boa e os burburinhos para Oscar de Melhor Filme Estrangeiro já tomaram conta do festival. O sucesso ficou ainda mais evidente quando Antonio Banderas foi escolhido para o prêmio de Melhor Ator. A Espanha entra forte na temporada. O que é realmente interessante, visto que esse parece ser o filme mais autoral da carreira do diretor.

"LITTLE JOE"
- Jessica Hausner

Se o prêmio de Melhor Ator exaltou ainda mais a obra de Almodóvar, o prêmio de Melhor Atriz foi recebido com uma pulga atrás da orelha. "Little Joe" foi recebido com críticas fracas e parecia completamente fora de qualquer chances de receber prêmios. Emily Beecham venceu como Melhor Atriz, naquele que arrisco dizer ser um dos poucos prêmios que o longa irá receber na temporada. 

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Danilo Teixeira - equipe CETI!