O quinto dia de Festival de Cannes marcou a volta de dois diretores ao tapete vermelho, o romeno Corneliu Porumboiu e o chinês Diao Yinan. Seus filmes "The Whistles" e "The Wild Goose Lake", respectivamente, abordam temas como o mundo do crime e a ação de gangsters, porém em situações e lugares completamente diferentes. Ácidos, irônicos e agudos, as produções tiveram muitos mais acertos do que erros no fim das contas. Um bom dia para aqueles que buscam diferentes olhares do mundo. Acompanhe o que disse a crítica sobre os filmes: The WhistlersDesde que passou por Cannes com grande sucesso em 2006 com "A Leste de Bucareste", Corneliu Porumboiu se converteu em uma figura querida para o Festival de Cannes. Nos anos seguintes ganhou prêmios com "Polícia, Adjetivo" e "O Tesouro" e agora retorna com a comédia de humor negro "The Whistlers". A passagem do longa pelo festival foi positiva, ele conta sobre um policial que tem a intenção de libertar um empresário corrupto de uma prisão em Gomera, uma ilha nas Canárias. No entanto, ele deve primeiro aprender o difícil dialeto local, uma linguagem que inclui sibilar e cuspir. Parumboiu tem um estilo de humor diferente, curioso em provocar sem fazer rir de fato, como destaca Lee Marshall, do ScreenDaily: "O humor de Parumboiu nunca foi feito para dar risada, aqui apenas algumas das cenas de assobio são eficientes, enquanto que o esforço para dominar uma técnica levantou um sorriso inexpressivo." Quando se mistura o conto de femmes fatale, gângsteres e policiais há indícios de que este thriller oblíquo realmente se preocupa com a condição humana. O diretor é conhecido pelos seus filmes com forte tom político e crítico, por isso o desvio que ele faz com "The Whistlers" pode ter uma característica de surpresa para quem acompanha a sua carreira. "Alguns dos seguidores apaixonados do diretor podem se sentir um pouco confusos com essa mudança em relação às longas tomadas e aos desalinhados valores de produção de seu antigo trabalho romeno na New Wave. No entanto, a preocupação recorrente de Porumboiu com a linguagem, a lealdade e o legado do regime repressivo de Nicolae Ceausescu ainda está lá, apenas abordado por outro ângulo.", escreveu Leslie Felperin, do Variety. O longa tem a capacidade de ter uma história que daria certo em qualquer lugar do mundo, até mesmo na Romênia, sendo necessária somente a adaptação. Por fim, tanto o Indiewire quanto o The Wrap, trazem a afirmação de que este é um filme que pode encontrar continuidade em Hollywood. “The Whistlers” desce fácil e se dissipa logo após os créditos, mas com uma trama sombria em que o assalto em questão é muitas vezes irrelevante, a realização do filme está dentro do que diz sobre esse fluxo agradável", diz Eric Kohn. Este é um tipo de filme e de história que agrada as produtoras americanas, podendo chamar a atenção para uma adaptação. Mais um crédito para a lista de Parumboiu. The Wild Goose LakeO cinema chinês tem crescido em expressividade e em tamanho, e em medida em que ele começa a conquistar o mercado asiático e ensaia a entrada no mundial procura se afirmar em festivais. Em "The Wild Goose Lake", Diao Yinan explora a temática de crimes e gangsters para fazer um filme muito elogiado em Cannes. A revista Variety afirma em sua review que "Diao Yinan oferece um crime noir chinês definitivo, no qual o estilo arrebatador e a encenação inventiva formam a substância." Um trabalho de muito êxito e qualidade realizado pelo diretor. Na história um gângster em fuga sacrifica tudo por sua família e por uma mulher que conhece enquanto tenta se esconder. Com seu ganhador do Berlinale, "Em "Black Coal, Thin Ice", Diao fundiu a China noir com o realismo social arrojado para oferecer um coquetel estranho e potente que deixou que deixou o espectador com dor de cabeça. Desta vez, o subtexto sociopolítico pode estar ausente junto com a ressaca, mas há algo quase profundo e abrangente em “The Wild Goose Lake” imagina o filme noir pertencente ao submundo miserável da segunda camada da China"., diz Jessica Kiang, da Variety. "Flashbacks e ações contemporâneas nos dão algumas cenas incríveis: há uma sequência soberba onde uma "convenção" de criminosos é dada um tutorial sobre como roubar uma moto, que degenera em uma linha violenta sobre quem começa a trabalhar em que bairros.", declara Peter Bradshaw, do The Guardian. Contudo, o filme tem seus pontos negativos, principalmente porque não trabalha a introspecção dos personagens. Há uma dificuldade em ter acesso aos pensamentos mais particulares do personagem, desta forma impedindo que ele tenha um efeito catártico mais impactante. Cabe destacar que o visual é deslumbrante em "The Wild Goose Lake" por trazer um China noturna brilhante e neon, intensamente bonita. "Em um memorável set de filmagens, um tiroteio irrompe perto de uma festa de dança ao ar livre, com os dançarinos, cujos sapatos estão cheios de luzes LED, espalhando-se como vagalumes na noite em que os tiros soam ao redor deles.", recorda Jordan Mintzer., do THR. O trabalho do diretor de fotografia Dong Jinsong captura em tons de marrom e preto, usando postes de néon ou placas para iluminar a paisagem. Um espetáculo visual que encantou Cannes, mesmo que sua narrativa tenha ficado um tanto a desejar. FOTOS DIA 5Danilo Teixeira e Juliana Leão - Equipe CETI!
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