Cannes está se encaminhando para o final, mas ainda em tempo de exibir bons filmes, como foi ontem com "Knife + Heart" e "Capharnaum". O primeiro é francês e explora o mundo das produções eróticas francesas na década de 70, o outro pode marcar um vitória histórica para a diretora libanesa Knife + HeartQuerida cantora francesa e tida no início dos anos 90 como a mais promissora atriz francesa, a carreira de Vanessa Paradis bem que oscilou no decorrer dos anos, mas em nenhum momento se tornou desinteressante. Ela venceu o Prêmio César em 1990 com o intenso drama "Boda Branca" e chegou a ser indicada mais uma vez, pelo longa "A Garota Sobre a Ponte". Agora chega a Cannes com o thriller "Knife + Heart", do diretor Yann Gonzalez, já vencedor no festival - Queer Palm - ano passado com "You and the Night". Se você gosta do estilos das produções de Brian de Palma, vai se identificar com esta, pois as reviravoltas e os níveis de tensão estão presentes. Afinal, o terreno sobre o qual Gonzalez deseja falar pode ser habitual das suas obras, mas sempre são complexos e repletos de nuances interessantes. Em "Knife + Heart" ele explora o mundo da pornografia gay dos anos 70, contando sobre Anne, uma produtora de pornografia. O primeiro olhar da crítica foi direcionado a ambientação que o diretor procura imprimir na produção, desde o título escolhido até a fotografia empregada. "O título sugere paixões pouco românticas e mais extremadas, parece que a proposta é que ele se mantenha no figurado. Então você percebe, naquele verão de 1979, que uma faca no coração seja, talvez, a maneira mais agradável de descrever as vítimas de um serial killer que alternadamente emprega um canivete e uma vareta para cortar gargantas. Os assassinatos são gráficos, a sexualidade não é. Gonzalez apresenta uma ideia quase lúdica do que passou por pornografia gay na época", aponta Peter Debruge, da Variety. O The Hollywood Reporter destaca o trabalho que Gonzalez faz de sua protagonista: "Ele se diverte explorando o lado obsceno das produções de Anne, embora quando conhecemos a mulher, ela está totalmente aflita depois de terminar com a namorada de longa data Lois. Ela decide embarcar em uma nova produção em que recria os assassinatos em frente à câmera, enquanto investiga os assassinatos por trás dele." Desta forma "Knife + Heart" acaba se transformando em um filme dentro de um filme, o que é ótimo pois obscurece as fronteiras entre realidade, ficção, sonhos e desastres. No final, o que foi visto foi um fim bom, mas nada excepcional. Contudo o que vale é a oportunidade de ver a estrela pop Vanessa Paradis nos grandes festivais. Completou Jordan Mintzer que ela "apresenta uma de suas mais fortes atuações, como uma mulher que lida com a tristeza de um rompimento e o tumulto da paixão artística." Destaque ainda o ator e diretor francês Jacques Nolot, cujo filme "Porn Theater" também serviu como uma referência. CapharnaumParece que os organizadores de Cannes resolveram deixar o melhor para o final! "Capharnaum" emociona muito e ao acender as luzes, as lágrimas haviam tomado conta de toda a sala de cinema. O filme agora divide o favoritismo da Palma de Ouro ao lado de "Dogman" e "Blackkklansman". "Capharnaum" é dirigido pela libanesa Nadine Labaki, que pode se tornar a segunda mulher a receber a Palma em 71 anos de evento. Na trama, um menino com 12 anos, preso por esfaquear alguém, leva seus pais à Justiça. Ele quer processar o casal por ter dado a vida à ele e não ter se esforçado em zelar por seu bem e amá-lo. O THR elogiou muito toda a equipe técnica: "Aqueles que não concordarem com a exploração sincera do filme sobre as profundezas do desespero não serão apaziguados pelas muitas colisões de coincidências e discursos grandiosos do último ato. Mas é impossível não apreciar a edição vigorosa de Konstantin Bock e Laure Gardette, que mantém as coisas em um clipe que emociona como uma onda, e a maneira como a cinematografia de Christopher Aoun, muitas vezes intercalada com cenas de tirar o fôlego, mostra Beirute em todas as suas cenas entre o esplendor e o miserável". Variety elogiou a direção e falou sobre a certeza de levar prêmios: "Provando-se uma diretora surpreendentemente talentosa de artistas não-profissionais, bem como uma contadora ótima de histórias, Labaki chama a atenção para a situação das crianças nas favelas de Beirute e as pessoas sem identificação. Os prêmios são quase uma certeza, e não apenas porque o júri pode ser mais propenso a premiar mulheres neste momento particular da história - não é de admirar que a Sony Pictures tenha comprado o filme no mercado de Cannes para distribuição, já que este é um filme libanês que deve ser significativo em cinemas de arte do mundo todo". O The Wrap foi absoluto: "Capharnaüm", de Nadine Labaki, vinha gerando sussurros e especulações desde antes mesmo do Festival de Cinema de Cannes deste ano, mas nos últimos dias esse burburinho cresceu até chegar ao ponto máximo. Falava-se nas guerras de das produtoras competindo para exibir o filme e de todos os tipos de prêmios que poderiam vir. É suficiente dizer que os jornalista entraram na estréia da noite de quinta-feira com um conjunto de expectativas pesadas. E agora que o pó desapareceu, agora que o público de gala finalmente parou de gritar e aplaudir após a sua ovação de 15 minutos, podemos dizer com certeza: é tudo verdade, tudo o que a Sony Pictures pagou valeu a pena. O tempo dos sussurros acabou - agora você vai ouvir muito sobre esse filme". "Capharnaum" é um filme absoluto para a temporada de premiações. Deve receber prêmios em Cannes e tomar a temporada, com muitas chances de ser o escolhido do Líbano para o Oscar e com muitas chances de ser indicado. Fotos do dia 10Juliana Leão, Danilo Teixeira - equipe CETI!
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