O diretor Federico Fellini e a sua esposa, a atriz Giulietta Masina, chegam bem recepcionados ao aeroporto Fiumicino (na Itália) vindos de Hollywood, quatro dias depois de Fellini receber a estatueta de Melhor Filme Estrangeiro por "8½".
A felicidade do retorno ao seu país aconteceu depois que o diretor fez uma pequena temporada programada para visitar Los Angeles. Primeiramente para participar do Oscar e depois porque queria convencer duas lendas de Hollywood, Mae West e Groucho Marx, para aparecerem em seu próximo filme, "Julieta dos Espíritos". O diretor italiano participou de todas as pré-cerimônias de coquetéis da Academia e fez a sua terceira viagem para Disneyland, que ele chamou de "La Dolce Vita para crianças". Mas nem todos estavam contentes com a nomeação de Fellini em Melhor Diretor. A colunista de fofocas de Hollywood, Hedda Hopper, disse que o maior crime foi "Uma Voz nas Sombras" - nomeado ao Oscar de Melhor Filme - não ter tido o seu diretor indicado. "Ralph Nelson põe de lado o diretor italiano Federico Fellini," Hedda escreveu, "cujo 8½ na minha opinião está abaixo do desprezo". Federico Fellini acabou por não convencer Groucho Marx e Mae West de participarem em seu próximo filme, mas ele sentiu que sua viagem para a cerimônia do Oscar definitivamente valeu a pena. "Aquela pessoa de cor é maravilhosa", disse o diretor ao escritor Melville Shavelson após a premiação. "Você quis dizer Poitier?", Shavelson perguntou - Sidney Poitier tinha acabado de se tornar o primeiro afro-americano a ganhar o Oscar de Melhor Ator. "Não, aquele que cantou", respondeu Fellini. "Sammy Davis, Jr. Ele é um diamante. Se ele pudesse falar italiano!".
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