Quando Gary Oldman aceitou o desafio de interpretar o lendário primeiro ministro britânico Winston Churchill, nem ele, nem a indústria cinematográfica poderia imaginar que estaríamos diante de uma das melhores adaptações de personagem real da história mundial. Parte de todo este crédito se deve de fato a direção de Joe Wright e ao roteiro de Anthony McCarten, mas sem dúvidas todas as ovações precisam ser dadas ao ator inglês, que segundo a crítica que cobre o Festival de Telluride, está no melhor papel de sua carreira em "O Destino de Uma Nação". O longa retrata os primeiros dias do mandato de Winston Churchill, que enfrenta um dos momentos mais turbulentos e determinantes da Segunda Guerra Mundial: negociar o tratado de paz com a Alemanha nazista e estar firme para lutar pelos ideais de liberdade individual e a liberdade de uma nação. Mesmo parecendo uma grande aula de história, a montagem deixou tudo incrivelmente cinematográfico, equilibrando os triunfos públicos com os momentos particulares do articulista, suas dúvidas e angústias. Sobre o trabalho apurado de Oldman, o Variety é só elogios: "O rosto que aparece pertence a Gary Oldman, tudo a princípio parece irreconhecível sob a maquiagem de Kazuhiro Tsuji [alerta Oscar para ele!] e os cabelos brancos. Ao examinar mais de perto, os olhos são inequivocamente de Oldman: alerta, intenso e agressivamente inteligente. A performance resultante é diferente de qualquer coisa que Oldman tenha entregue anteriormente, em parte porque desta vez, o personagem é aquele que presumimos conhecer tão bem de imagens de arquivo, fotografias e gravações de rádio. E, no entanto, o ator rejeita mera mímica, construindo desde o início uma versão encorpada e impressionantemente matizada da figura histórica.", afirma Peter Debruge. "O Destino de Uma Nação" faz ecos, não propositais, ao supersucesso americano "Dunkirk", de Christopher Nolan. Contudo os críticos tem apontado que o longa de Nolan pode ser exuberante em sua execução, mas nada profundo, fazendo com que a produção de Wright seja essencial para entender o período. "A representação real do filme de "Dunkirk" é limitada a uma sequência de dezenas de barcos que navegam longe das falésias brancas em direção a França. A escrita da cena de McCarten é eficiente e Wright infunde o drama com uma energia inquestionável, mas este é um filme em que cada ponto e significado é atingido diretamente no nariz. O revés é a pontuação da trilha de Dario Marianelli, intrusiva em muitos casos, um tanto óbvia, se fosse menos poderia ter sido mais.", concluí Todd McCarthy, do The Hollywood Reporter. O restante do elenco também é celebrado. Kristin Scott Thomas está perfeita como a esposa de Churchill, enquanto Ben Mendelsohn, segundo as críticas, superou Colin Firth como o rei George VI, lembrando que Firth ganhou o Oscar ao interpretar o personagem em "O Discurso do Rei". Ronald Pickup e Lilly James também agradam muito em seus personagens. Atenção ao trabalho do diretor de fotografia Bruno Delbonnel, muito cuidadoso e acertado, principalmente ao trabalhar espessas lâminas de luz cega irradiando de cada janela, conseguindo promover a sensação do darkest hour, nome original do filme. Por fim, David Ehrlich, do Indiewire, foi muito feliz ao resumir "O Destino de Uma Nação": "Este é um filme sobre o poder das palavras, e essas palavras precisam despertar em você uma ação. O filme não funcionaria se você não sentisse que Churchill mobilizou os ingleses e os enviou a batalha, mas você faz, antes mesmo de ver em tela. Winston Churchill, com Oldman em grande sensibilidade, tinha o dom das palavras, ele fazia inspirar, ele poderia abrir a boca e fazer uma nação acreditar em si e na nobreza de sua causa. E por essa única razão, nossa hora mais escura foi finalmente seguida pelo amanhecer." Sem dúvidas Gary Oldman está firmado como o principal nome na categoria de Melhor Ator e a produção como uma das melhores do ano. Juliana Leão - Equipe CETI!
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