O Festival de Nova York recebeu nessa sexta-feira o que talvez seja a sua maior atração desse ano! Ang Lee passeou pelo tapete vermelho, com um elenco no minimo curioso, e pronto para exibir uma das grandes estreias da temporada! Antes de mais nada, vale lembrar que filmes que fazem uma boa estreia em Nova York tendem à alcançar o Oscar depois, só lembrarmos do ano passado por exemplo, quando Steven Spielberg estreou com sucesso "Ponte de Espiões" nesse mesmo festival e o burburinho de Oscar começou ali mesmo, entre a imprensa. Pois bem, Ang Lee entra em Nova York com o filme "A Longa Caminhada de Billy Lynn", que conta a história de um jovem soldado de 19 anos que consegue sobreviver, junto de seus colegas de exército, a um tiroteio no Iraque em 2005. Para recompensá-los, o presidente George W. Bush leva toda a tropa de volta aos Estados Unidos, a tempo de receber uma homenagem no intervalo de um jogo de futebol americano, na época do Dia de Ação de Graças. Logo após a festa, no entanto, Billy e os outros militares são enviados de volta ao Iraque. Repetindo o que já fez em outras vezes, Ang Lee utiliza um ator desconhecido para o papel principal, no caso é o jovem Joe Alwyn, que tem a tarefa de trabalhar com um dos elencos mais diversos do diretor: Vin Diesel, Kristen Stewart, Chris Tucker, Tim Blake Nelson, Garrett Hedlund e Steve Martin. Vale lembrar que Ang Lee já é vencedor de 2 Oscar de Melhor Diretor, sendo que o segundo foi pelo seu último trabalho, "As Aventuras de Pi". Essa informação é importante pois, assim como seu filme anterior utilizou o 3D e toda a tecnologia digital disponível de forma absolutamente incrível, o diretor buscou ir ainda mais além com "A Longa Caminhada de Billy Lynn". É sobre isso que escreve o The Hollywood Reporter: "Há quatro anos, com 'As Aventuras de Pi', o diretor redefiniu os limites do que a tecnologia 3D poderia atingir em termos de narrativa visual. Em 'Billy Lynn', ele emprega desenvolvimentos ainda mais avançados, com o objetivo de melhorar a experiência emocional, usando uma combinação inovadora de resolução 4K e 3D em 120 frames por segundo, o que é cinco vezes maior que a velocidade padrão. Como é assistir esse filme? Tendo em conta que poucos cinemas estão equipados para a tela no formato pretendido, essa pergunta não importa muito. Mas na tela especialmente instalada para NYFF, e para estes meus olhos, pelo menos, o filme tem a nitidez hiper-real pouco alienante de muitas TVs de tela plana com alta definição. As bordas são cristalinas e os close-ups apertados - dos quais Lee e diretor de fotografia John Toll fazem uso extensivo durante todo - são extraordinariamente penetrantes". Sobre os atores, o THR escreveu que as cenas de Joe com Kristen Stewart (que faz o papel de irmã), estão entre as melhores e mais dramáticas do filme - por isso, talvez, que a atriz esteja sendo bem cotada para o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Mas ainda é melhor esperarmos um pouco, para ver aonde vai dar. A Variety foi direta e escreveu inúmeros elogios para Ang Lee: " 'Billy Lyyn' tem o potencial de ser um filme revolucionário. Ele abre a porta para uma nova maneira de fazer filmes, um novo caminho para olhar e sentir, uma nova maneira do filme ser experimentado. "Billy Lynn" não é um filme de efeitos especiais. É, por falta de uma palavra melhor, um filme "realista": atores reais e diálogo e drama, um jogo de futebol chamativo, flashbacks de um tiroteio na Guerra do Iraque, um herói machucado e em conflito, uma história de amor. Então, como poderia ser revolucionário? Veja como: Lee, trabalhando com o diretor de fotografia John Toll, rodou o filme em 3D a uma velocidade de 120 quadros por segundo - cinco vezes maior do que um filme comum. Ele também utilizou a resolução 4K (...) A primeira imagem que vemos no filme, é de Billy Lynn (Joe Alwyn), um herói de guerra, ainda na cama, acordando para responder a seu telefone celular, e é surpreendente de se ver, porque você se sente, naquele momento, como se quase pudesse chegar na tela e tocar a pessoa. Não entendam que o filme é apenas tecnologicamente bom, 'Billy Lynn' é também uma história muito original, sincera, e envolvente". Variety termina dizendo que o jovem Joe Alwyn lembra um pouco o início de Leonardo DiCaprio, no sentido do tanto que o ator também fala apenas com os olhares. Já, o IndieWire, foi menos animado, dizendo que toda essa tecnologia atrapalha um pouco o andamento da história, que não acontece nada de tão extraordinário no filme que justifique essas cenas tão realistas. Bom, sendo realista, pouquíssimas pessoas conseguirão ver esse filme da maneira que Ang Lee imaginou, o que é uma pena. Mas, qualquer inovação tecnológica bem utilizada, costuma ser vista com bons olhos pela Academia. Então, Ang Lee deve conseguir colocar seu filme em praticamente todas as categorias técnicas do Oscar. Melhor Filme e Melhor Diretor também podem aparecer. Já de atuação, para Joe é pouco provável, mas os elogios para Steve Martin e Kristen Stewart podem render alguma coisa. Danilo Teixeira - equipe CETI!
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