Depois do Oscar 2018 onde Hugh Jackman foi considerado um dos grandes esnobados por não ter sido indicado como Melhor Ator por "O Rei do Show", o anúncio do seu trabalho por "The Front Runner" foi recebido com a expectativa de que isso pudesse ser recompensando pela Academia nessa temporada. É com esse sentimento que o filme de Jason Reitman faz a sua primeira estreia em Telluride. Aliás, não é apenas a busca pelo Oscar de Jackman que está me jogo, pois desde "Amor Sem Escalas" que o diretor entrega apenas filmes considerados medianos e que nem aparecem na temporada de premiações. E "Amor Sem Escalas" já tem 9 anos! Pois bem, "The Front Runner" coloca Jackman no papel de Gary Hart, um carismático político do Colorado que em 1988 se tornou o principal candidato do partido Democrata para a disputa nas eleições presidenciais. Mas, sua campanha é prejudicada quando surge a tona um escândalo sexual que o envolve com a atriz Donna Rice. O elenco de peso é um ponto positivo para o longa, que conta com J.K. Simmons, Vera Farmiga (indicada ao Oscar por seu trabalho anterior com Reitman, "Amor Sem Escalas"), Kaitlyn Dever, Ari Graynor, Sara Paxton e Kevin Pollak. A IndieWire responde logo de cara a pergunta a respeito de Jackman, dizendo que "o ator está perfeito no papel, nesse filme que é uma tentativa lúcida, mas sem vida, de Jason Reitman dramatizar as últimas semanas da campanha de Hart, que foi o começo do fim do discurso político nesse país". O longa parece tentar trazer algum discurso político a respeito do que realmente importa, segundo a IndieWire: "Como Clinton, Hart era um estadista apaixonado e motivado por um desejo genuíno de melhorar as vidas de seus eleitores. E, assim como Clinton outra vez, nada disso parecia importar a partir do momento em que Hart foi pego com as calças ao redor de seus tornozelos. Mas, a grande diferença, é que Clinton mesmo assim foi eleito, enquanto Hart, que parecia muito mais compentete, foi massacrado (...) Nas mãos de Reitman - que são confiantes e desajeitadas em igual medida - essas questões pesadas se tornam uma comédia política mordaz, mas, que depois de um primeiro ato enérgico e guiado pelo personagem, o filme entorpece em um debate cívico que achata todos os membros de seu elenco em estátuas sobre as respectivas idéias que cada um deles pretende representar". O THR levanta um ponto importante, que talvez fosse exatamente aonde Reitman queria chegar: "O tema do filme parece ser o de que Hart abriu as comportas para os tabloides e se tornou uma espécie de mártir da súbita ânsia da mídia em esfolar os delitos sexuais dos políticos. Na época em que Bill Clinton e Donald Trump surgiram, esses escândalos tornaram-se tão rotineiros que esses homens conseguiram sair relativamente ilesos de revelações muito mais lascivas. Mas o filme teria um impacto mais forte se nos convencesse de que Gary Hart, que foi destruído por uma imprensa intrometida, tinha o potencial de grandeza que seus sucessores nunca igualaram". Aliás, O THR escreve que "mesmo com algumas limitações de roteiro e direção, Jackman entrega um dos seus melhores papeis". E o Deadline, logo no título, também diz que "Jackman entrega uma atuação digna de Oscar!" O The Wrap gostou mais do trabalho e entregou uma crítica empolgante: "é difícil assistir “The Front Runner” e não desejar um resultado diferente para Gary Hart, para sua esposa e até mesmo para Donna Rice. E isso sem mencionar seus funcionários de campanha, que estão mortificados tanto porque foram pegos de surpresa, quanto porque Hart se tornou uma espécie de hipócrita - pregando sobre integridade, mas mentindo para sua equipe e para o público. Mas o filme evita nos dar um resultado moral fácil. Não envergonha Hart nem o redime. Reitman acerta em não dizer como devemos sentir ou fingir. Para alguns, isso pode ser frustrante, mas "The Front Runner" oferece material provocativo mais do que suficiente para torná-lo um passeio selvagem, às vezes esperançoso, muitas vezes deprimente". As críticas divididas podem afastar Reitman dos nomes favoritos para Melhor Diretor. Mas Hugh Jackman ainda é um nome importante para o Oscar de Melhor Ator e com bastante chance da indicação aparecer. Principalmente pela crítica perceber que Donald Trump se tornou presidente mesmo depois de um carreira com inúmeros escândalos sexuais. E isso deve dar ainda mais visibilidade e importância para o filme. Danilo Teixeira - equipe CETI!
0 Comentários
O seu comentário será publicado depois de ser aprovado.
Deixe uma resposta. |
Categorias
Tudo
|