Apesar de não se tratar de um musical, "Dançando no Escuro" traz em sua narrativa alguns números musicais, perfeitamente compatíveis com a história, que com a direção apurada e domínio musical de Björk se transformaram em pequenas joias, cenas para cinéfilos guardarem na memória. Sua interpretação também merece louvações, encanta e comove o público, tanto que além da Palma de Ouro de Melhor atriz, também foi indicada ao Globo de Ouro no ano seguinte. Não podemos também de deixar de destacar a presença ilustre de Catherine Denueve. A fotografia é outro ponto alto que merece destaque, Trier acerta em trazer as nuances da câmera digital, conduzidas no filme pelo próprio diretor. Por fim o roteiro, clara crítica ao Estados Unidos, o microcosmo por onde os personagens transitam nada mais é que uma alegoria do país, pois o texto retrata o tratamento impiedoso e cruel dado aos imigrantes que se aventuram por lá. O resultado é um contraste pungente em ter a dura realidade e a felicidade poliana, que mesmo que de desenvolvimento lento e ausente de ações, torna o filme imperdível. Suas declarações na conferência de imprensa de "Melancolia" em 2011 e consequente expulsão temporária do festival podem tê-lo elevado em polêmica e desfeito alguns fãs, mas não tiram o brilho e sucesso de seu trabalho. Hoje, perdoado, Trier colhe glórias de um festival que o lançou ao mundo e eternizou um estilo.
Juliana Leão - Equipe do CETI
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