CETI RECOMENDA: "A Origem", o indicado a Melhor Filme do Oscar 2011

CETI Recomenda retorna depois dos Festivais terem passado. E agora até o Oscar, vamos recomendar filmes indicados na principal categoria da premiação, mas não levaram a estatueta.

Cinema é entretenimento. Frase cunhada, todo mundo repete. De fato, poucas coisas na vida são tão prazerosas quanto sentar na frente da tela, apagar as luzes e curtir um bom filme. Todavia, o cinema produz obras que encontram ressonância em nossos pensamentos, na nossa maneira de pensar a vida. Será a vida uma 'Matrix'? Ou existe algo além do espaço como '2001 – Uma odisseia no espaço' mostrou? Ou quem não entrou em completo desespero após assistir Clube da Luta? E se pudéssemos manipular os sonhos, o inconsciente? Christopher Nolan ousou em responder esta pergunta há cinco anos quando lançou a obra-prima "A Origem". Uma mescla de mundo real e imaginário fascinantemente perturbadora. Impossível sair indiferente ao final dos 148 minutos.

Dom Cobb, papel de Leonardo DiCaprio, é um especialista em roubar segredos durante o sono das pessoas, onde ela se encontra bastante vulnerável. Por sua prática da espionagem corporativa, se tornou um fugitivo internacional, distante de sua família. Então, é oferecida a ele uma chance de voltar a vida normal, agora não mais roubando ideias das pessoas durante os sonhos, mas inserindo novas. O roteiro de Nolan é fenomenal, um show a parte. Para os fãs de literatura, nada como personagens bem trabalhados, saídas inteligentes e tensão envolvente, que ao juntar todos os fios aparentemente soltos, revela-se um entrelaçamento de histórias perfeito. Por algum motivo, perdeu o Oscar para o questionável "O Discurso do Rei".

Sonhos parecem ser reais quando estamos neles, só quando acordamos que percebemos que algo estava estranho.

Ainda a se destacar são as qualidades técnicas, onde arrebatou o prêmio da Academia nas categorias melhor mixagem de som, edição de som, efeitos especiais e fotografia. Utilizando o pouquíssimo CGI, Nolan criou verdadeiros aparatos mecânicos que propiciasse os melhores efeitos visuais para retratar o subconsciente. Além do uso de “bullet time”, aquela câmera lenta comum em cenas com tiroteio, principalmente nos flashback, tornando tudo mais crível e de alto nível artístico. O som bem balanceado e perturbador encontra casamento com todo o visual da tela. A trilha marcante é assinada pelo maestro Hanz Zimmer. As música é tão envolvente com o filme, principalmente ao acompanhar a mente paranoica de Cobb, que você cantarola as notas dias após.

Quanto ao elenco, Nolan e Emma Thomas, produtora do longa, tiveram escolhas muito felizes. Leonardo DiCaprio foi a única escolha da dupla, e ele se sai muito bem, somente um ator muito maduro com papéis desafiadores na carreira seria capaz de fazer jus a dedicação que a personagem exigia. Michael Cane, Ellen Page, Joseph Gordon Levitt, Marion Cotillard, Tom Hardy, Cilliam Murphy e Ken Watanabe – elenco expertacular – se sai muito bem. Todo sabem aproveitar o tempo que tem diante da tela, criando personagens interessantes ao mesmo tempo cativantes para o público.

Não sabe o que fazer? O CETI te dá uma dica. Sim, assista "A Origem" correndo. Mas não uma vez, assista de tempos em tempos. A cada vez que você assiste ao filme, uma nova experiência, uma nova percepção acontece. Um filme para a história do cinema, um filme para se ter na estante. Bom filme!

Nome original: Inception
Nome: A Origem
Origem: Estados Unidos
Ano: 2010
Gênero: Drama, Ficção, Suspense
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Christopher Nolan
Elenco: Leonardo Di Caprio, Tom Hardy, Ellen Page, Michael Cane, Joseph Gordon-Levitt, Marion Cotillard e Cillian Murphy 

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Juliana Leão - equipe CETI!