Eu sei que é um pouco cedo para começarmos a ver reviews dos filmes, que geralmente as grandes estreias são apenas do meio do ano para frente... Mas a interessante escolha de colocar "Air" para estrear entre março e abril colocou o filme em bastante evidência.
O longa é dirigido por Ben Affleck, que têm se mostrado cada vez mais como um diretor muito seguro e com filmes com potencial para o Oscar, e com um elenco composto por Matt Damon, Viola Davis e Jason Bateman. "Air" é baseado na incrível história real do chefe da marca esportiva e de calçados Nike, Sonny Vaccaro (Matt Damon), e do fundador da Nike, Phil Knight (Ben Affleck). Ambos estão tentando tornar a marca uma das mais famosas do mundo, e escrever seus nomes na história. A dupla então tenta fazer com que Michael Jordan endosse seus produtos, ainda na década de 1980, antes dele se tornar uma lenda. O filme acompanha os esforços incansáveis dos dois membros da Nike para alcançar seus sonhos. E o que era só uma aposta, revolucionou o mundo dos esportes e da cultura contemporânea. O longa estreou muito bem, com as críticas dizendo que Affleck se encontra cada vez mais na direção. O elenco também é muito bom, sendo Viola Davis um ponto emocional forte. A crítica também exalta Matt Damon e Ben Affleck juntos em tela, dizendo que é possível sentir a amizade entre eles. Outro ponto interessante, que vale a pena ser mencionado, é que a crítica parece ter uma mesma ideia sobre Affleck fazer um tipo cada vez mais raro de filmes: longas para adultos, divertidos, com médio orçamento e que sejam realmente bons. "Air" foi chamado até mesmo de melhor filme do ano até agora. O que deixa um espaço para pensarmos se no fim essa aposta de estrear mais cedo pode realmente ter dado certo. O longa começou com uma boa bilheteria e deve se manter firme nas conversas de premiações até o meio do ano... Em seu quinto longa-metragem, o talento de Affleck supera as expectativas. Ele cresceu como ator e diretor, mas é melhor quando faz os dois. Não tenho certeza de como ele faz isso. Cada membro do elenco tem uma atuação digna de prêmio; é difícil escolher um, e é uma raridade assistir a uma atuação tão boa em geral. Como você conta uma história da qual já sabemos o resultado? É aí que reside o brilho enganoso da direção de Ben Affleck. Seu quinto longa segue a mesma linha dos filmes anteriores que dirigiu: “Medo da Verdade”, “Atração Perigosa” e “Argo” (que lhe rendeu o Oscar de melhor filme). Ele faz o tipo de filme sólido de orçamento médio para adultos que é muito raro hoje em dia. Affleck enfatiza uma escrita forte, artistas veteranos e grandes nomes nos bastidores. Sua escolha no diretor de fotografia, o colaborador de longa data de Martin Scorsese e Quentin Tarantino, Robert Richardson, é um excelente exemplo. “Air” é agradavelmente fácil e leve como uma pena, embora às vezes tocante. Aqui, como em outros lugares, o filme se desvia do registro histórico - incluindo os relatos às vezes divergentes e amplamente publicados - para criar uma história mais rica, pesada e significativa. Enquanto Affleck alterna entre Sonny e Deloris, preenchendo a tela com close-ups que permitem rastrear cada riacho de emoção, é difícil não se emocionar, inclusive ao ver esses atores excepcionais que, com coração e talento, sempre tão brevemente transformar uma história sobre o capitalismo em um referendo sobre a alma de uma nação. Ben Affleck transforma a busca da Nike para contratar Michael Jordan no 'Jerry Maguire' desta geração! Affleck nos deu o tipo de drama adulto que raramente vemos na tela, filmes que ficam com você muito tempo depois de terminarem, mas, de alguma forma, continuam a agradar ao público - filmes como Medo da Verdade, Atração Perigosa e Argo, vencedor do Oscar de Melhor Filme. Sete anos depois de seu único fracasso como diretor, A Lei da Noite de 2016, Affleck retorna como diretor com Air, um excelente exemplo dos dons de Affleck como cineasta, um filme que, apesar de ocorrer em grande parte em salas de reuniões e por telefone, torna-se talvez o melhor filme de 2023 até agora, uma história envolvente que nos mantém na ponta dos nossos assentos, apesar de sabermos exatamente como essa história vai terminar. ![]()
AUTOR DO POST
Danilo Teixeira
Editor do Termômetro Oscar | CETI
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