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SinergiaO fator determinante para o sucesso da técnica do filme de Villenueve vem da interação entre três áreas: direção, fotografia e edição. As câmeras precisam pegar exatamente o que o diretor quer das performances e na edição, "aquela" tomada não pode perder sua essência criativa, pelo contrário, precisa ser potencializada.
Esse foi o trabalho árduo de Vilennueve, Deakins e Joe Walker. Porque muitas cenas já eram gravadas no ponto certo em que se imaginava que haveria cortes e edição mais elaborada. A sinergia é tão clara que a escolha do diretor de fotografia de usar poucas câmeras em set foi endoçada prontamente pela direção, pois objetivo era por o público no mesmo ângulo de visão do personagem principal. A mercê da naturezaQuando o cenário de Sicario foi imaginado, Deakins planejava filmar a região sob um “céu de brigadeiro”, totalmente sem nuvens, para acentuar a aridez da localidade e simbolizar a angustia do momento.
Entretanto, ao gravar as sequências na cidade de Albuquerque, no Novo México, ele foi informado da chegada da temporada de monções do final do verão, o que não esperava. Seguir o script ou acolher a novidade? Mesmo conhecido por ser metódico, Deakins quebrou o planejado e resolveu transformar a paisagem em um personagem também, assim a trouxe para a cena a fim de assumir papel de destaque. A fronteira vista de cima
O filme apresenta uma abundância de imagens aéreas. Quando o filme foi planejado, um extenso storybord foi desenhado, nele continha inúmeras tomadas aéreas. Algumas tomadas eram necessárias como as do túnel, da fronteira, da casa de Manuel, mas o que não esperavam era que a sessão de filmagens, realizadas a partir de um helicóptero de Albuquerque para El Paso, revelava ainda mais a beleza e a poética do lugar, algo que ainda não tinha sido revelado a eles.
Cenas coreografadasRichard Deakins trabalhou todo o filme a partir de storyboard prévios, justamente porque algumas cenas envolviam grande movimentação de atores e figurantes, aliado a região árida e as explosões e disparos produzidos pela técnica.
Tudo precisava ser coreografado. “Sabíamos o que queríamos a partir da cena, e sabíamos especialmente todos os ângulos internos, como a câmera iria sob a ponte e como queríamos ver a posição dos corpos. Sabíamos exatamente as tomadas que queríamos e como iríamos fazê-la. Nós realmente planejamos tudo isso e, em seguida, fizemos um plano de como gravá-la no dia”, explica Deakins. |