Nascida em Londres, na Inglaterra em 1960. Aprendeu a costurar ainda criança com a mãe. Deixou os estudos na Saint Martin of Art, antes da formação em licenciatura para trabalhar com o diretor cinematográfico e de arte Derek Jarman. Anos mais tarde concluiu o curso de design teatral pela London's Central School of Art. Em 2011 recebeu a Ordem do Império Britânico por seus serviços para a moda e indústria cinematográfica.
Powell soma 12 indicações ao prêmio da Academia, em destaque "Gangues de Nova York" (2002), "A Tempestade" (2010) e "A Invenção de Hugo Cabret" (2011), vencendo em três momentos por "O Shakespeare Apaixonado" (1999), "O Aviador" (2004) e "A Jovem Rainha Vitória" (2009). |
A grande sacada inspirativa de Sandy Powell tem haver com o cinema. Ela não retornou ao clássico castelo para compor suas personagens, ela parou na década de 40 do século passado. “Eu pensei nas atrizes de 1940, principalmente as vilãs de Joan Crawford em filmes fixados no século XVIII".
"Elas podiam estar ambientadas naquele momento, mas ainda com aquele olhar de 1940”, disse a figurinista. Pensando desta forma, ela criou o figurino da madrasta má, personagem de Cate Blanchett, como uma mulher forte, resistente, com o ar de uma grande vilã de Hollywood. O que deixou a atriz animadíssima para compor a personagem. |
Fazer o vestido de baile da Cinderela foi uma tarefa considerada épica pela figurinista, quase que como se fosse um próprio personagem. O maior pesadelo era fazer uma vestimenta em que a atriz pudesse dançar e descer as escadas com desenvoltura e ao mesmo tempo precisava ficar belo na tela.
Foram feitas oito versões idênticas do vestido, porém ligeiramente diferentes, admitiu. Na cena de dança foi usado um vestido com um par de polegadas mais curto, pois o medo era com que o príncipe não pisasse no vestido. Powell acompanhou meses e meses de ensaios de dança para saber o que tinha que fazer, onde tinha que mexer. "Foi um feito de engenharia", ela admite. "Para algo tão grande, tivemos que certificar de que não havia nada em que ela pudesse pisar." |
Sem medo de desapontar as mais dedicadas fãs da cor rosa, Sandy Powell agiu através de um pouco de intuição e um pouco de técnica que o vestido de Cinderela deveria ser na cor azul. Primeiro achava que um vestido rosa grande e volumoso não ficaria harmonioso com toda a cena pensada, depois considerou que as cores vermelho, amarelo e verde não ficariam corretos. Fazer a opção pelo branco geraria confusão com a cena de casamento do filme, até que pensou no azul. Segundo a figurinista, o azul é uma cor atraente, que perfeitamente se encaixava na cena, além de que na história original a vestimenta ser desta cor.
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Para vestir a Cinderela, foi necessária uma reformulação sutil da iconografia tradicional do conto, pois a personagem não é retratada suja e em trapos. "Eu não queria que ela usasse trapos, como é frequentemente retratado nos livros de histórias", explicou Powell.
A personagem usa um vestido que começa bem e acaba desbotado, cansado e desgastado. |
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Sandy Powell é uma estilista visionária, pois junto com Cate Blanchett transfomaram o conceito de moda e muitos dos vestidos usados no filme como produto comercial. A ideia é que as crianças possam desfrutar dos trajes de Cinderela, da madrasta má e da Fada Madrinha, com o desenho de Powell e devidamente licenciado. Além de inspirar novos estilistas a partir do que foi criado para o filme, como as estampas florais, os detalhes do colete do Príncipe Encantado e até mesmo o sapato de vidro.
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