Alguns meses atrás falamos sobre a polêmica de "Sound of Freedom", um filme que vinha fazendo sucesso nos cinemas norte-americanos, e que arrumava cada vez mais apoio por parte dos conservadores e dos eleitores de Trump, por retratar o que eles consideram um novo herói nacional.
"Sound of Freedom" é dirigido por Alejandro Monteverde, e protagonizado por Jim Caviezel - sim, o protagonista de "A Paixão de Cristo" - e conta a história de Tim Ballard, um agente especial do governo do Estados Unidos que trabalha contra o tráfico de crianças, em especial contando um caso de uma garota que ele resgatou na Colômbia. Tim Ballard na vida real é um ex-agente especial de segurança interna que começou a fazer campanha para uma organização sem fins lucrativos que fundou, a Operation Underground Railroad (OUR). Na época apontamos que o filme enfrentava duas principais polêmicas: a primeira é que o Tim Ballard não é considerado um herói pelas frentes mundiais anti-tráfico. Eles acusam o ex-agente de aumentar e vender um sensacionalismo para conseguir mais dinheiro para sua organização. O segundo, é que o filme se tornou extremamente divulgado pelo grupo QAnon, um grupo da internet que inventou histórias absurdas visando os eleitos de Trump (e do Bolsonaro), e trabalhando com fake news. O grupo ganhou notoriedade afirmando coisas como: “um grupo de adoradores de Satanás que dirigem uma quadrilha de sexo infantil está tentando controlar nossa política e mídia. Uma cabala de elites nefastas que inclui Tom Hanks, Oprah Winfrey e o Papa Francisco”. E agora, essa história ganha uma nova virada. O herói do filme enfrenta sua própria controvérsia enorme. Ballard, que fundou a OUR em 2013, deixou a organização em julho. Um novo relatório da Vice, publicado na segunda-feira, revela que a saída de Ballard de sua organização sem fins lucrativos supostamente ocorreu após uma investigação sobre alegações de má conduta sexual envolvendo várias mulheres na organização. Ballard, ex-funcionário do Departamento de Segurança Interna, embarcou em missões secretas no exterior para combater o tráfico de crianças ao iniciar o O.U.R. De acordo com Vice, ele trouxe mulheres para se passarem por suas esposas nessas missões e supostamente as coagiu a dividir a cama ou o chuveiro com ele, sob o pretexto de que esses comportamentos eram necessários para enganar quem pudesse estar os observando. A Vice também relatou que uma funcionária que viajou com Ballard em uma missão no exterior entrou com uma ação de assédio sexual contra ele. A Fillmaker Monteverde não respondeu a um pedido de comentário na segunda-feira. Nem o Angel Studios. Ballard é aliado de Donald Trump, que organizou uma exibição privada do filme em meados de julho em Nova Jersey. Nos últimos dias, Ballard apresentou a ideia de concorrer à cadeira de Mitt Romney no Senado. ![]()
AUTOR DO POST
Danilo Teixeira
Editor do Termômetro Oscar | CETI
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