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O nono dia de competição de Cannes é interessante.
Temos apenas duas estreias: o português Miguel Gomes com o filme "Grand Tour", e o brasileiro Karim Ainouz com o "Motel Destino". "GRAND TOUR"
Miguel Gomes fez alguns dos filmes mais importantes do cinema português dos últimos anos. Entre seus trabalhos, o excelente "Tabu", que o deixou mundialmente conhecido, e alguns outros bem interessantes, como as três partes de "As Mil e Uma Noites".
Agora ele chega em Cannes pela segunda vez com "Grand Tour", a sua primeira vez em competição. O filme fala sobre Edward, funcionário público, que foge da noiva Molly no dia do casamento em Rangoon, 1917. Suas viagens substituem o pânico pela melancolia. Molly, decidida a se casar, diverte-se com sua fuga e o segue pela Ásia. O filme estreou muito bem, ficando entre os títulos principais que já comentamos antes. Mais uma vez, Miguel Gomes faz um filme técnicamente brilhante, e muito bonito. Os fãs do diretor podem comemorar. Ao mesmo tempo, como disse alguns críticos, aqueles que não conhecem a sua forma de filmar, podem não gostar tanto assim. Porque o diretor fechou o seu estilo e faz do seu cinema algo cada vez mais único. Um doce e estranho esconde-esconde da era colonial. A história sedutora e desconcertante, elegante e excêntrico. As personagens britânicas são interpretadas por atores portugueses que falam português. E sim, são seis partes sedutoras e uma parte exasperante. Mas, ao contrário de qualquer outro filme na competição de Cannes, deixa você com um sorriso gentil e confuso no rosto. Cheio de vida e música e de colisões reveladoras entre culturas, o título do mestre português em Cannes é um bálsamo curativo para tempos difíceis. Um filme encantador, animador! Este diário de viagem exuberantemente abstrato é lindo! Depois do extraordinário golpe triplo de Emelia Perez, The Substance e Anora, aí vem o autor português Miguel Gomes com uma explosão cinematográfica para acalmar um pouco a Competição de Cannes. Os fãs do estilo inexpressivo de Gomes – com o qual ele estourou em 2012, quando seu filme Tabu se tornou um favorito da arte no circuito de festivais – sem dúvida responderão à sua excentricidade, à sua ironia e à sua cinematografia monocromática, sem dúvida, impressionante. Os telespectadores menos esclarecidos podem querer levar um travesseiro. "MOTEL DESTINO"
O brasileiro Karim Ainouz chega a Cannes com "Motel Destino". Já começa interessante porque ano passado ele também esteve em competição com "Firebrand".
Essa é a sua quinta passagem pelo festival, onde já soma uma vitória na Un Certain Regard em 2019 com "A Vida Invisível". Dessa vez com Fábio Assunção, Nataly Rocha e Iago Xavier, ele conta a história de um casal apaixonado, Heraldo e Dayana, que se conhecem no Motel Destino, e fazem um plano para fugir juntos. Ele da polícia e de sua gangue, e ela do marido grosseiro que é administrado do motel. O filme foi extremamente elogiado técnicamente, principalmente com a bela fotografia da francesa Hélene Louvart. Mas o ritmo do filme foi bastante criticado, ainda mais por ter um começo eletrizante, e depois manter uma linearidade fraca quase até o fim. Karim Aïnouz evoca uma atmosfera potente de calor, desejo e perigo, mesmo que a recompensa perca força. No topo da lista estão os visuais inebriantes de Hélène Louvart, dando ao filme calor, fisicalidade e perigos palpáveis. As composições marcantes filmadas em 16mm apresentam texturas granuladas que pulsam com vitalidade e são eletrificadas por toques ousados de cores saturadas. O visual lembra neon mesmo à luz do dia, aumentando consideravelmente a carga erótica do filme. De volta ao seu elemento sensual depois de ter sufocado ano passado com 'Firebrand', o diretor brasileiro apresenta uma pequena história policial perversa que poderia ficar realmente sombria se a libido de todos não continuasse atrapalhando. As cenas de abertura do filme são eletrizantes, repletas de mistério e movimento. No entanto, quando Heraldo se torna residente permanente do motel, o ritmo diminui. A promessa de emoção dá lugar a cenas dele limpando, lamentando sua situação e iniciando um romance sem brilho com Dayana. Durante quase 90 minutos, a trilha sonora de gemidos substitui o ímpeto narrativo, deixando o público se perguntando sobre a transformação de Heraldo – ou a falta dela. Apesar dessas deficiências, a direção de Aïnouz e a cinematografia de Louvart são a maior conquista de Motel Destino. O trabalho magistral garante que os personagens e o cenário sejam visualmente cativantes, mesmo quando a narrativa vacila. O thriller erótico de Karim Aïnouz tem bastante brilho visual, mas fracassa. Embora suas cores muitas vezes saltem da tela, sua direção, roteiro e performances permanecem decepcionantemente planas.
AUTOR DO POST
Danilo Teixeira
Editor do Termômetro Oscar | CETI
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