Os anos 40 e 50 foram tempos difíceis para o cinema! A lista negra de Hollywood realmente existiu, e atrapalhou a vida de muitos roteiristas, atores, diretores, músicos, entre outros profissionais da indústria do entretenimento. Ela foi, basicamente, uma tentativa de boicote à todos aqueles que tivessem ideais de esquerda, negando-lhes emprego e afastando-os da mídia.
Bryan Cranston interpreta Dalton Trumbo, no filme “Trumbo” – que concorre hoje ao Oscar de Melhor Ator - um importante roteirista de Hollywood, que durante anos ficou impossibilitado de conseguir crédito por seu trabalho, por ter o nome na lista negra e se negar a colaborar com investigações contra o comunismo. A extensa lista, carrega nomes de peso, alguns apenas perderam oportunidades de trabalho, outros foram presos e repreendidos. Ainda houve os que acabaram desistindo e entregando colegas de trabalho. Ainda assim, um número considerável de diretores e roteiristas, principalmente, conseguiu expor suas criações com pseudônimos e atribuição de créditos a pessoas fictícias. Trumbo foi um expoente também nessa arte, e arrancou pelo menos dois prêmios da academia, mesmo sem que ela soubesse dessa façanha. Conheça os casos de profissionais prejudicados pela lista que tanto calou artistas por Hollywood, e ainda assim foram nomeados ao Oscar. |
Os premiados “A Princesa e o Plebeu,” e “Arenas Sangrentas,” eram na verdade escritos por Dalton Trumbo, que usou os pseudônimos de Ian McLellan Hunter (que realmente foi um roteirista, e acabou mais conhecido por emprestar seu nome a Dalton) e Robert Rich respectivamente que o levaram a receber os prêmios de Melhor História para ambos.
Para “A Princesa e o Plebeu,” Trumbo foi reconhecido em 1992, embora o filho de Hunter não tenha cedido o prêmio ao escritor e a Academia tenha que tê-lo entregue uma nova estatueta. Já com “Arenas Sangrentas,” apesar de muitos suspeitarem, a revelação foi feita por Trumbo apenas pouco tempo antes de sua morte. |
O nome Pierre Boulle pode não ser tão famoso, Pierre, inclusive, nem falava inglês, mas com ele, “A Ponte do Rio Kwai” foi premiado em 1957 como melhor roteiro adaptado, já que Carl Foreman e Michael Wilson, seus verdadeiros roteiristas, estavam na lista negra, e jamais teriam chego lá com seus nomes creditados. Apesar de póstuma, houve uma decisão que deu-lhes os devidos créditos.
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Nathan E. Douglas venceu o prêmio de Melhor Roteiro para “Acorrentados,” embora ele nem existisse e fosse na verdade um pseudônimo usado por Nedrick Young - que estava também na Lista Negra - e criou o roteiro com Harold Jacob Smith.
Os nomes de Nathan E. Douglas e Harold Jacob Smith apareceram de uma forma um pouco mais humilde nos créditos, já que o diretor Stanley Kramer os escalou como caminhoneiros figurantes que apareciam em pequenas cenas no filme. Mais tarde, em 1993, os créditos sob o trabalho de Young foram restaurados pela Academia. |
ALINE ANZOLIN