Lá se vão 90 edições desde a primeira entrega dos prêmios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas no Roosevelt Hotel em Hollywood para um público de 270 pessoas. Hoje estimasse que cerca de 33 milhões de pessoas de todo o mundo acompanhem a cerimônia pela televisão, internet, ou mesmo presente no Teatro Dolby. Se a edição 2018 tem tudo para ser histórica, saiba que por duas vezes ela já aconteceu num 04 de março: na 9ª edição em 1937 e a 15ª em 1943. Você sabe o que aconteceu nelas?
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Em 2018 podemos ver repetido algo que também aconteceu nas edições de 1937 e 1943: as vencedoras de Melhor Atriz serem as protagonistas dos longas que ganharam Melhor Filme. Em 37, Luise Rainer recebeu o prêmio por interpretar Anna Held na comédia musical “Ziegfield – O Criador de Estrelas”, polêmico uma vez que a crítica considerava sua personagem coadjuvante. Já em 43, foi a vez de Greer Garson ganhar seu primeiro e único Oscar pela produção “Rosa da Esperança”. Frances McDormand tem tudo para repetir o excelente desempenho nas premiações que tem tido durante a temporada e levar seu segundo Oscar para casa, agora com “Três Anúncios Para um Crime”, favorito para Melhor Filme.
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As populares categorias de Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Atriz Coadjuvante não são originais da primeira cerimônia da Academia, elas surgiram em 1937. Seus vencedores foram Walter Brennan por “Meu Filho é Meu Rival” e Gale Sondergaard por “Adversidade”. Van Heflin venceu em Ator Coadjuvante em 1943, sendo essa a sua primeira indicação. O mesmo pode acontecer com Sam Rockwell, indicado pela primeira vez ao Oscar por “Três Anúncios Para um Crime”, além de favorito. Vale o destaque que até a edição de 43, os vencedores em coadjuvante recebiam placas ao invés das famosas estatuetas.
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No ano de 1943 o mundo estava mergulhado em plena II Guerra Mundial, também marcando a última cerimônia em que foi realizado um banquete durante a premiação. Isso aconteceu porque a Academia percebeu que não era de bom tom oferecer grandes jantares enquanto o país e o mundo estão em um momento tão difícil. Aliás, a guerra foi tema naquela época e hoje também, afinal dos dez filmes indicados em 1943, cinco apresentavam a temática – “Rosa da Esperança”, “A Canção da Vitória”, “Nossos Mortos Serão Vingados”, “Invasão de Bárbaros” e “Abandonados”. Em 2018, duas produções indicadas em Melhor Filme também falam da II Guerra Mundial: “Dunkirk”, sobre a retirada das tropas aliadas da praia francesa; e o “O Destino de uma Nação”, sobre as ações do primeiro-ministro britânico Winston Churchill durante a guerra.
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“Rosa da Esperança”, vencedor em 1943, marcou ao apresentar a história de uma família em meio a guerra, principalmente a relação entre mãe e filha, vividas pelas atrizes Greer Garson e Clare Sandars. Todo o amor de uma mãe que luta por impedir que os efeitos da guerra afetem o crescimento de sua filha comoveu naquele ano. Em 2018, outro filme se dedica a trabalhar esta relação: “Lady Bird: É Hora de Voar” e “Três Anúncios Para um Crime”. No primeiro Saoirse Ronan e Laurie Metcalf brilham ao retratar os anseios, angustias e sonhos da juventude e a responsabilidade dos pais neste processo.
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A década de 30 foi especial para a produção cinematográfica de biografias, chegando ao Oscar 1937 com “Ziegfield: O Criador de Estrelas” e “A História de Louis Pasteur”. O primeiro inclusive venceu o Oscar de Melhor Filme e foi até então a biografia mais cara feita pela MGM, custando U$ 2 milhões à época. Nesta edição a mesma situação se repete, com duas biografias indicadas, são elas “O Destino de uma Nação” e “The Post: A Guerra Secreta”. Em 81 anos que separam as cerimônias, percebemos que as biografias continuam sendo grande força dentro do cinema mundial.
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Guillermo Del Toro levou o seu “A Forma da Água” a impressionantes treze indicações. Este é um feito dificílimo uma vez que a produção precisa se sair bem nas categorias principais, bem como fazer bonito nas técnicas. Em 1937, “Ziegfield: O Criador de Estrelas” assumiu o posto de recordista de indicações ao garantir doze indicações. Sendo Del Toro um entusiasta da fantasia, seria possível ser um bom presságio a relação entre os dois e termos “A Forma da Água” vencedora em 2018?
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